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Sindicatos preveem demissões de terceirizados da Samarco, no ES.
Unidade está com atividades suspensas desde rompimento de barragem.
Em 01/03/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Os sindicatos representantes dos trabalhadores terceirizados e das empreiteiras que prestam serviços à Samarco no Espírito Santo preveem centenas de demissões neste ano, em decorrência da suspensão das atividades da mineradora em solo capixaba.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do Estado (Sindimetal), o número de desligamentos deve chegar a 800. Já o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer) prevê um total de aproximadamente 450 demissões.
Em nota, a Samarco disse que há um acordo de suspensão temporária do contrato em vigor e que “tem feito grandes esforços para manter sua força de trabalho”.
A unidade de Anchieta, no Sul do estado, está com as atividades paralisadas desde o rompimento da barragem da Samarco em Mariana, em Minas Gerais, em novembro do ano passado.
De acordo com o presidente do Sindifer, Manoel Pimenta, são mais de 20 empresas do setor que prestam serviços à Samarco. Para ele, a paralisação das atividades da mineradora impede que as terceirizadas continuem remunerando os funcionários.
“Não tem por quê manter trabalhador. As empresas não têm como manter, talvez nem a Samarco no futuro consiga. O pessoal já vem sendo indenizado depois do encerramento das atividades, mas agora ficou complicado”, disse.
Os representantes dos trabalhadores tentaram um acordo de “layoff”, quando o empregado permanece em casa, mas recebe parte do salário, por meio de adiantamento do seguro-desemprego. No entanto, não houve acordo entre as partes.
“As empresas não podem ficar com esses empregados, tendo que pagá-los parados. A alternativa que as empresas têm é demitir. Elas não têm mais o que fazer, não têm mais a que recorrer”, disse o advogado do Sindifer, Odair Nossa Santana.
O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do Estado (Sindimetal), Max Célio de Carvalho, explicou que essa situação foi exposta em reuniões. “Tivemos reuniões e o Sindifer disse que não tinha condições de manter os funcionários se a Samarco não assumisse os custos dos contratos e a Samarco se posicionou que sem a volta das operaçõees também não poderia”, disse.
Para Max, os trabalhadores precisam da volta das operações da Samarco.
“O nosso posicionamento é de que a empresa precisa voltar a operar. Isso não significa que estamos virando as costas para o acidente ambiental que aconteceu, a empresa precisa agir, mas encerrar as atividades potencializa ainda mais os impactos econômicos e as demissões“, enfatizou.
Os representantes do Sindifer e das terceirizadas vão a Brasília nesta terça-feira (1º) buscar apoio do Governo Federal para acelerar a volta das atividades da mineradora com o intuito de diminuir os impactos econômicos que têm sido gerados.
Samarco
Em nota, a Samarco disse que “ tem feito grandes esforços para manter sua força de trabalho”. A empresa lembrou que um acordo de suspensão temporária do contrato de trabalho que mantém os empregos e dá aos empregados ajuda compensatória e benefícios previstos em acordo coletivo, está em vigor.
A suspensão vale até o dia 25 de abril e, conforme previsto na legislação, um novo acordo pode ser proposto com duração de dois a cinco meses.
A Samarco disse, ainda, que mantém contato permanente com seus fornecedores, para alinhá-los sobre a situação atual da empresa.
Em relação à retomada das operações, a empresa informou que prioriza as ações de mitigação do acidente de Fundão. Entretanto, acredita que a retomada dos negócios é essencial para que possa voltar a produzir e, assim, cumprir com todas as suas obrigações perante a sociedade.
Fonte: G1-ES