POLÍTICA INTERNACIONAL

Socialistas se recusam a apoiar Rajoy para formar governo na Espanha.

Conservador Partido Popular venceu legislativas, mas precisa de alianças.

Em 27/06/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Os socialistas espanhóis descartaram nesta segunda-feira (27) apoiar, "por ação ou omissão", o atual primeiro-ministro, Mariano Rajoy, a formar um novo governo. O conservador Partido Popular venceu, 33% dos votos, as legislativas de domingo (26). A votação, no entanto, não garante a maioria necessária para governar sozinho, o que obriga os conservadores a buscar alianças.

"Os votos do PSOE que recebemos ontem (domingo) são votos para mudar Rajoy, para mudar as políticas injustas, ineficazes, antissociais do PP. Não vamos apoiar Rajoy nem por ação nem por omissão", afirmou o secretário de organização do PSOE, César Luena, à rádio Cadena Ser.

Mas o porta-voz da bancada parlamentar socialista, Antonio Hernández, suavizou a postura do partido.

"Eu não vejo a possibilidade de uma grande coalizão, nem da abstenção, mas o PSOE tem que fazer sua reflexão", declarou.

Os socialistas reconhecem que corresponde a Rajoy a iniciativa para tentar formar um governo, disse Luena.

Ao ser questionado sobre uma abstenção em uma eventual votação de posse, Luena afirmou: "É algo que se verá no momento, mas a vocação do PSOE é mudar Rajoy".

Os espanhóis compareceram às urnas no domingo pela segunda vez em seis meses, ante a impossibilidade dos partidos de formar uma coalizão de governo depois das legislativas de dezembro.

Os resultados, porém, mudaram pouco e o Parlamento voltou a ficar fragmentado entre quatro grandes forças: PP, PSOE, a coalizão Unidos Podemos - do partido antiausteridade Podemos e da Izquierda Unida - e Ciudadanos.

Luena admitiu que os socialistas, que perderam 120 mil votos no domingo e cinco cadeiras no Parlamento na comparação com dezembro, não estão satisfeitos com os resultados.

Mas ele destacou que o PSOE continua sendo "a primeira força de esquerda" no país, à frente do Unidos Podemos de Pablo Iglesias, que não conseguiu superar os socialistas, apesar das previsões das pesquisas.

Fonte: AFP