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Suspeito de matar Jo Cox grita "morte aos traidores" ao chegar a tribunal.
Parlamentar britânica foi assassinada na quinta-feira passada.
Em 18/06/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O suspeito de matar a palamentar britânica Jo Cox, Thomas Mair, compareceu neste sábado (18) a um tribunal de Londres, onde gritou: "Morte aos traidores, liberdade para o Reino Unido", segundo a agência EFE.
O acusado, de 52 anos, deu essa declaração ao confirmar sua identidade perante a Corte de Magistrados de Westminster, no centro da capital britânica, onde está sendo julgado.
De acordo com o jornal britânico "The Guardian", unidades especiais da polícia que fizeram buscas na casa de Mair encontraram aparatos nazistas, além de livros de extrema direita.
Ainda segundo a publicação, Mair comprava livros de um grupo neonazista com base nos Estados Unidos, incluindo guias de como fazer armas e explosivos em casa. Segundo a agência Reuters, uma organização de direitos civis dos Estados Unidos afirma que Mair esteve associado, no passado, com uma organização neonazista.
Assassinato de Jo Cox
Na quinta-feira (16), a deputada britânica, de 41 anos, mãe de dois filhos, foi atacada a tiros em Birstall, no norte da Inglaterra, e morreu em decorrência dos ferimentos pouco depois, em um hospital de Leeds.
Cox era partidária da permanência do Reino Unido na União Europeia, o que será votado em referendo no próxima dia 23. Segundo vários meios de comunicação, seu agressor gritou "Reino Unido primeiro!", um lema da ultradireita britânica.
A menos de uma semana para a consulta, que ocorrerá na quinta (23), a campanha para o referendo sofreu uma brusca mudança com o assassinato.
Thomas Mair é investigado por manter vínculos com a extrema direita e ter problemas mentais. O fato provocou a suspensão, por parte dos dois lados, de todos os eventos das campanhas em todo o país por respeito à jovem deputada.
Cameron se pronuncia sobre referendo
Em entrevista divulgada neste sábado pelo jornal "The Times", o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou que continuará à frente do governo independentemente do resultado do referendo do dia 23.
Cameron diz que se sente "responsável" pela consulta, pois o político prometeu convocar o referendo caso ganhasse com maioria as eleições gerais de 2015.
O líder conservador também considera que ele seria a pessoa mais adequada para liderar as negociações que seriam desencadeadas por uma hipotética vitória do "Brexit" - como tem sido chamada uma possível saída do Reino Unido da UE - graças a suas "sólidas relações" na Europa.
Para o premiê, o resultado do referendo "não será um veredicto" sobre a sua atuação como político, mas apenas sobre a continuidade britânica na UE. "Eu simplesmente vou seguir com meu trabalho. Tenho um mandato muito claro dado pelo povo britânico para servir como primeiro-ministro em um governo conservador, realizando o referendo".
O líder conservador reconheceu que nem todos os seus colegas compartilham deste ponto de vista, em particular o ministro da Justiça e amigo pessoal de Cameron, Michael Gove, um dos maiores apoiadores do "Brexit".
Fazem parte do Reino Unido quatro países: Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales. A palavra "Brexit" é formada pela união de "Grã-Bretanha" (ilha onde ficam Inglaterra, Escócia e País de Gales) e "exit", que significa saída em inglês.
Fonte:EFE