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Taxistas se passaram por passageiros do Uber em Porto Alegre, diz polícia.

Foi o que aconteceu na última quinta-feira, quando condutor foi agredido.

Em 30/11/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Três dos cinco veículos apreendidos pela EPTC operando com o Uber, em Porto Alegre, tinham taxistas se passando por passageiros. É o que descobriu o titular da 1ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Pohlmann Garcia, na investigação que apura a agressão de taxistas a um motorista do Uber, ocorrida na última quinta-feira (26). Foi dessa maneira que o condutor Bráulio Pelegrini Escobar, 41 anos, foi chamado para uma corrida na Avenida Cristovão Colombo por um taxista de 29 anos antes de ser agredido.

Em seguida, o carro foi em direção a Avenida Protásio Alves, onde ocorria uma blitz da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). A intenção, segundo o delegado, era que o motorista do Uber fosse abordado. "O passageiro insistiu para que ele passasse por ali, alterou os ânimos e insistiu que ele passasse por ali. Falou que um colega dele estaria em seguida com malas." 

Entretanto, quando passaram pelo local a fiscalização já tinha terminado. "Quando o passageiro viu isso, ele fica mais nervoso e abre a janela do passageiro. Segundo o motorista, ele faz gestos para chamar atenção, mas sem sucesso", relata o delegado. O carro prossegue e o segundo passageiro, ainda não foi identificado, entra no automóvel. "Ele não estava de malas e sobe de chinelos, o que chamou a atenção do motorista.Neste momento, Escobar desconfiou que um deles fosse agente de trânsito. Após a blitz, os dois homens demonstram não saber para onde ir. Segundo o delegado, eles iriam buscar mais um passageiro, sem dar um destino definido. "Só que o terceiro indivíduo se mostrou relutante em dar endereço", conta Pohlmann. Pouco tempo depois, os dois pedem para serem levados até Avenida Elias Cirne e Lima, próximo do Campo da Tuca.

Os dois passageiros descem no carro para conversar com o terceiro homem, que também não foi ainda identificado. Neste momento, o motorista do Uber tenta sair do local. "Ele vai tentando sair devagarzinho, mas os dois homens percebem e voltam para o carro." Em seguida, os dois pedem para ir em direção ao supermercado, na Avenida Bento Gonçalves, onde iriam "comprar carne", segundo o delegado. 

Neste momento, o motorista do Uber achou que fosse assaltado. Para o delegado, ele explicou que tinha recebido a orientação para fazer embarque ou desembarque próximo de pontos de táxis, para evitar confrontos. Por insistência, Escobar se deslocou para dentro do estacionamento, onde ocorreu as agressões.

O outro homem preso, de 34 anos, não estava no carro do Uber. Ainda não se sabe quem seria o outro passageiro. O delegado espera receber ainda na tarde desta segunda-feira as imagens do sistema de câmera do supermercado. Já o inquérito deve ser concluído até sexta-feira.

Serviço começou a operar antes do previsto

O Uber começou a operar em Porto Alegre a partir de 19 de novembro, antes mesmo do anúncio inicial da empresa, de dezembro. Até o momento cinco carros já foram multados e guinchados pela EPTC, que considera o serviço como clandestino, já que não foi regularizado.

No dia 21 de novembro, taxistas impediram um motorista do Uber de transportar dois passageiros no início da madrugada em Porto Alegre. O incidente aconteceu na Rua Tenente Coronel Fabricio Pillar, no bairro Mont’ Serrat.

Na quarta-feira (25) os vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre aprovaram, por 22 votos favoráveis e nove contrários, o projeto de lei que proíbe o transporte de passageiros em veículos particulares cadastrados por aplicativos como o Uber.

Um dia depois, o motorista do Uber Bráulio Pelegrini Escobar, 41 anos, foi agredido quando chegava no estacionamento de um supermercado na zona Leste de Porto Alegre. Um taxista chegou a comemorar o incidente nas redes sociais. Na postagem, ele inclusive incentiva novos atos de violência contra condutores do transporte alternativo. "Primeiro Uber abatido. Vamos pegar um por um. É guerra", diz o texto.

Fonte: G1