TEMAS GERAIS

Temer recebe presidente de CPI que investiga a JBS e ministros

Rodrigo Maia e Eunicio Oliveira foram ao Palácio do Jaburu mais cedo para almoço.

Em 09/09/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O presidente Michel Temer se reúne na tarde deste sábado (9) com o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada para investigar empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à J&F, empresa que controla o frigorífico JBS.

Oliveira chegou ao Palácio do Jaburu, em Brasília, pouco depois das 17h deste sábado e ficou cerca de 40 minutos no local. Ele saiu sem falar com jornalistas.

O encontro ocorre horas depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de delatores da J&F, entre eles o empresário Joesley Batista, na esteira da divulgação de uma gravação que aponta que eles descumpriram o acordo de delação premiada fechado com o Ministério Público ao omitir informações sobre crimes.

Mais cedo, o presidente recebeu ministros e congressistas para um almoço no Jaburu. Oficialmente, a informação é que o almoço serviu para retribuir ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), outro almoço que aconteceu na quinta (7).

Além de Maia, também foram convidados para o almoço de Temer no Jaburu o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Torquato Jardim (Justiça) e Helder Barbalho (Integração Nacional), e o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI).

Quando o presidente da CMPI chegou ao Jaburu ainda estavam no local Meirelles, Imbassahy e Moreira Franco.

Geddel e PMDB

O almoço no Jaburu ocorre também um dia depois da nova prisão do ex-ministro da articulação política e amigo pessoal de Temer, Geddel Vieira Lima, e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, oferecer denúncia contra senadores do PMDB.

O chefe do Ministério Público denunciou por organização criminosa os senadores peemedebistas Edison Lobão (MA), Jader Barbalho (PA), Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO), além dos ex-senadores José Sarney e Sérgio Machado.

No final da tarde deste sábado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deixou o Jaburu e falou com jornalistas. Ele afirmou que nada relacionado à denúncia contra senadores do PMDB ou à prisão de Geddel foi mencionado durante o almoço.

"Foi um almoço de temas gerais, discutimos assuntos gerais e não de cada ministério. A única conversa objetiva foi de uma agenda de trabalho, que foi a agenda econômica", disse Meirelles.

Ainda de acordo com o ministro, apesar das últimas notícias no cenário político, o governo vê possibilidade de votar a Reforma da Previdência até outubro no Congresso.

Passaporte

Após o pedido de prisão feito por Janot, a defesa do grupo J&F colocou à disposição, por meio de um ofício protocolado no STF, os passaportes do empresário Joesley Batista e do diretor de Relações Institucionais do grupo empresarial, Ricardo Saud, dois delatores da Lava Jato.

Os defensores também pediram para serem ouvidos pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, antes de o magistrado tomar uma decisão sobre o pedido de prisão. Não é usual acusados serem ouvidos pela Justiça antes de um mandado de prisão ser decretado.

Janot também pediu a prisão do ex-procurador da República Marcello Miller, que atuou ao lado do chefe do Ministério Público no grupo de trabalho da Lava Jato e é suspeito de ter colaborado com a J&F para conseguir o acordo de delação premiada.

No início da tarde, a defesa de Miller informou que também colocou à disposição o passaporte do ex-procurador, para evitar a prisão preventiva. Em nota, os advogados André Perecmanis e Paulo Klein criticaram o pedido de prisão.

(Foto: Alessandra Modzeleski/G1)