POLÍTICA INTERNACIONAL

Theresa May assume nesta quarta (13) cargo de premiê do Reino Unido.

Ela será a 1ª mulher a ocupar o posto desde Margaret Thatcher.

Em 13/07/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Reino Unido deve voltar a ter uma mulher como premiê a partir desta quarta-feira (11) após 26 anos. Theresa May, atual ministra britânica do Interior, de 59 anos, substituirá David Cameron à frente do Partido Conservador. Ela fica no cargo até 2020 com a missão de implementar o "Brexit", a saída do Reino Unido da União Europeia.

May, que se autoproclama feminista, será a primeira mulher a assumir o cargo desde a saída de Margaret Thatcher, em 1990. Segundo o jornal "The Guardian", ela é vista em Westminster como uma negociadora firme.

David Cameron participa nesta quarta, pela última vez como premiê, de uma sessão de perguntas na Câmara dos Comuns. Depois seguirá, no período da tarde, até o Palácio de Buckingham para entregar sua carta de renúncia à rainha Elizabeth, segundo a BBC. Ao Daily Telegraph, ele disse: “Eu deixo o cargo hoje. Espero que o povo veja um país mais forte. Eu tive o privilégio de servir esse país que eu amo”, afirmou.

Cameron havia anunciado que deixaria o posto de Primeiro Ministro após a opção que defende a saída do Reino Unido da União Europeia ganhar o referendo. A secretária de Estado de Energia, Andrea Leadsom, concorrente de May a sucessão do partido, anunciou na manhã desta segunda-feira a desistência na disputa. Após a decisão de Leadsom, Cameron anunciou a data de renúncia para quarta-feira (13).

Trajetória
Filha de um vigário da Igreja Anglicana, Theresa May nasceu em 1 de outubro em 1956, em Eastbourne, sul da Inglaterra. Ela estudou geografia na Universidade de Oxford, onde conheceu seu marido, Philip May, com quem é casada há 36 anos – o casal não tem filhos.

Antes de ingressar na carreira política, May trabalhou no Bank of England, chefiou a European Affairs Unit e foi consultora financeira da Association for Payment Clearing Services.

Em 1997, ela foi eleita para o Parlamento. Em 2002, se tornou a primeira mulher a ser presidente do Partido Conservador. Desde 2010, May está à frente do Ministério do Interior, pasta que, entre 2010 e 2012, dividiu com o Ministério para a Mulher e Igualdade.

Considerada uma das vozes modernizadoras da legenda conservadora, May apoia a igualdade de sexos e o casamento gay, embora em 2002 tenha votado contra conceder a essa minoria o direito de adoção.

May é conhecida por ter um posicionamento crítico à imigração. Entre seus planos estão "recuperar o controle do número de europeus que entram" no país, e ela não garante que os imigrantes de países da UE que vivem no Reino Unido possam ficar em território britânico assim que for implementado o "Brexit".

Os conservadores a definem como "uma mulher extremamente difícil", que recebeu elogios por deportar o clérigo radical Abu Qatada e por se negar a extraditar aos EUA o pirata cibernético Gary McKinnon, que invadiu os computadores do Pentágono.

May recebeu críticas por sua falta de carisma e por descumprir sua promessa de reduzir a cada ano em 100 mil o número de imigrantes nas ilhas britânicas.

Apesar de sua postura de oposição ao Brexit durante a campanha do referendo, ela se mostrou disposta a respeitar a vontade dos cidadãos: "Brexit significa Brexit. Não haverá um segundo referendo, nem tentativas de permanecer na UE", garantiu.

Fonte: g1-SP