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Tragédia: Bombeiros confirmam 7 mortos e 150 desaparecidos

Uma barragem da mineradora Vale se rompeu nesta sexta-feira (25), em Brumadinho.

Em 25/01/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: TV Globo

Uma barragem da mineradora Vale se rompeu nesta sexta-feira (25), em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte ocorreu no início da tarde, na Mina Feijão. A Vale informou sobre o acidente à Secretaria do Estado de Meio-Ambiente às 13h37. Os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia, inclusive um refeitório, e parte da comunidade da Vila Ferteco. O Corpo de Bombeiros já confirma 7 mortos e 150 desaparecidos.

Presidente da Vale

O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, disse que o rompimento da barragem na Mina Feijão, em Brumadinho (MG), terá um impacto mais humana do que ambiental. Segundo ele, a maior parte das vítimas são funcionários da empresa. "Dessa vez é uma tragédia humana. Estamos falando de uma quantidade provavelmente grande de vítimas. Não sabemos quantas, mas sabemos que será um número grande", disse.

O diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, durante entrevista coletiva,  sobre rompimento de barragem em Brumadinho.

Fábio Schvartsman. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
 

A avaliação foi apresentada durante coletiva de imprensa ao ser questionado se o episódio se equipara à tragédia de Mariana (MG), ocorrida em novembro de 2005, quando se rompeu uma barragem da Samarco, empresa da qual a Vale é uma das acionistas. Na ocasião, 19 pessoas morreram e centenas ficaram desalojados em decorrência da destruição de comunidades. Considerada a maior tragédia ambiental do país, o episódio provocou ainda devastação de florestas e poluição da bacia do Rio Doce.

No caso do rompimento em Brumadinho, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais divulgou nota estimando que cerca de 200 pessoas estão desparecidas , mas não confirmou nenhuma morte. A Vale também não divulgou número de óbitos. "Mas certamente haverão", disse Schvartsman.

De outro lado, o presidente da Vale avalia que o dano ambiental será menor em comparação com o ocorrido na tragédia de Mariana. "Como a barragem era inativa, o material era razoavelmente seco. E consequentemente, ele não tem poder de se deslocar por longas regiões. A parte ambiental deve ser muito menor e a parte humana terrível", reiterou. Segundo ele, o rejeito não irá além de onde ele está nesse momento.

Governo federal

"Lamento o ocorrido em Brumadinho-MG. Determinei o deslocamento dos Ministros do Desenvolvimento Regional e Minas e Energia, bem como nosso Secretario Nacional de Defesa Civil para a Região. Nossa maior preocupação neste momento é atender eventuais vítimas desta grave tragédia. O Ministro do Meio Ambiente também está a caminho. Todas as providências cabíveis estão sendo tomadas", disse o presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a Casa Civil, Bolsonaro se reuniu na tarde desta sexta-feira com o ministro-chefe da pasta, Onyx Lorenzoni, para discutir o rompimento. Conforme a Casa Civil, o encontro definiu que os ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia), Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional) e Ricardo Salles (Meio Ambiente) foram escalados para acompanhar o caso.

O ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse ao jornalista Valdo Cruz, da GloboNews e do G1, que uma equipe de emergência do Ibama já foi deslocada para a região. O ministro também disse que, além do atendimento às possíveis vítimas, a preocupação é com a poluição nos rios da região.

Governo estadual

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que a Mina do Feijão e a Barragem 1, que se rompeu no início desta tarde, “estão devidamente licenciadas”. "As causas e responsabilidades pelo ocorrido serão apuradas pelo governo de Minas", disse o órgão.

Uma força-tarefa do governo de Minas Gerais já está no local do rompimento da barragem em Brumadinho. “O governo de Minas Gerais já designou a formação de um gabinete estratégico de crise para acompanhar de perto as ações”, disse por meio de nota (veja íntegra ao final da reportagem).

"Todo aparato estatal está mobilizado e foi deslocado para a região de Brumadinho, onde ocorreu o rompimento, para acompanhar de perto as ações e colaborar no que for preciso. Estão a caminho da Mina do Feijão o secretário de Meio Ambiente, Germano Vieira, a secretária de Impacto Social, Elizabeth Jucá, além dos Bombeiros e Defesa Civil", diz nota do governo.

Por volta das 15h40, Romeu Zema estava saindo do interior de Minas e indo para Belo Horizonte, para comandar o gabinete de crise. "O governador está atuando e acompanhando os desdobramentos, para que as primeiras medidas sejam tomadas, e o atendimento imediato seja dado às vítimas e população local, além de acompanhar a apuração dos fatores que causaram o acidente", disse o governo.

A Defensoria Pública de Minas Gerais informou que já está atuando em Brumadinho e que vai funcionar em regime de plantão.

Alerta das prefeituras

Nas redes sociais, a prefeitura de Brumadinho, Mario Campos, Juatuba, São Joaquim de Bicas, Igarapé e Betim já publicaram alertas para que a população não fique perto do leito Rio Paraopeba. Agência Brasil