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Trotes representam 24% das ligações para o Samu

Somente para o Samu foram 173 mil ligações desse tipo durante o ano de 2017.

Em 18/01/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Trotes para serviços de emergência continuam acontecendo no Espírito Santo. Somente para o Samu foram 173 mil ligações desse tipo durante todo o ano de 2017, representando 20% do total. Nas férias esses casos aumentam: somente no último mês de dezembro, quando começa o período de recesso escolar, 24% das chamadas para a emergência não passam de brincadeiras inapropriadas.

Em uma das centrais de atendimento do Samu, na Grande Vitória, são recebidas em média 2,5 mil chamadas todos os dias. São cidadãos pedindo ajuda para vítimas de acidentes, afogamentos ou que estão passando mal. A equipe faz uma triagem e em poucos minutos a ambulância sai para prestar atendimento.

O problema é quando as informações são falsas. "Muitas crianças, hoje em dia, têm celulares, mas há também aquelas que pegam o de um adulto e inadvertidamente ligam, ocupam uma linha. A gente precisa ter esse cuidado. Crianças que usam esse número para uma brincadeira, mas podem estar atrapalhando o salvamento de alguém", explicou a coordenadora geral do Samu, Juliana Oliveira.

Em uma das ligações recebidas pelo Samu, a pessoa debocha do atendente:

- Era um trote. Vocês caíram igual otários

Em outra, uma criança faz uma pergunta inconveniente para a atendente:

- Qual a emergência?

- Quer namorar comigo?

A coordenadora geral do Samu, Juliana Oliveira, faz um alerta para que os pais fiquem atentos ao uso do celular pelos filhos. Ela também explicou que quando ocorrem os trotes, os números vão para um banco de dados, então em uma próxima ligação aos atendentes já ficam atentos de que desse número já vieram pedidos falsos de ajuda.

Na casa da técnica de enfermagem Cristiane Rosa Silva, as filhas são bem orientadas. "Eu compartilho muito com elas o meu dia a dia. Temos casos lá que foi essencial a chegada rápida ao hospital, a chegada do socorro. Elas sabem a importância do Samu, dos bombeiros", explicou.

O marido Márcio Rodrigues Silva reforçou. "As meninas, desde muito cedo, são instruídas a respeitar o direito comum, a saber da responsabilidade que as pessoas do serviço do Samu tem", disse.

Para quem ainda não pensa assim, fica o alerta. "Esse tipo de ligação é um crime contra aquele que precisa de ajuda, pois nós estamos usando uma ferramenta fundamental de assistência à saúde, que é um telefone que funciona 24 horas, com uma equipe qualificada para atender essas situação. Então quando você usa uma ferramenta como essa indevidamente, nós consideramos que é um crime contra a vida", finalizou a coordenadora do Samu.

(Foto: Arte/TV Gazeta)