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Turquia abre investigação sobre fuga de Carlos Ghosn

O executivo brasileiro Carlos Ghosn é ex-presidente da Nissan, da Renault e da Mitsubishi.

Em 02/01/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Imagem: Shutterstock

A Turquia abriu um inquérito para investigar se o executivo brasileiro Carlos Ghosn passou pelo país em sua fuga do Japão, onde é acusado de fraude fiscal, para o Líbano.   

A investigação chega após a imprensa libanesa ter divulgado que o ex-presidente da Nissan, da Renault e da Mitsubishi chegou no aeroporto de Beirute em um avião privado proveniente da Turquia.   

Algumas pessoas já teriam sido interrogadas pelas autoridades de Ancara, incluindo quatro pilotos.   

Ghosn é acusado no Japão de ter subnotificado rendimentos e de ter se apropriado de recursos da Nissan, inclusive por meio do suposto desvio de US$ 5 milhões de uma subsidiária da montadora em Omã.   

O executivo, que tem cidadania brasileira, francesa e libanesa, ficou mais de 100 dias preso e só foi libertado mediante fiança e com o compromisso de permanecer em sua casa em Tóquio. Ainda não se sabe como ele conseguiu escapar para o Líbano, já que sua residência era vigiada por câmeras de segurança e seu rosto é bastante conhecido no Japão – especula-se que o executivo teria fugido escondido em uma mala para instrumentos musicais.   

O imóvel foi alvo de uma operação da polícia japonesa nesta quinta-feira (2), com o objetivo de encontrar evidências que ajudem a explicar a fuga.   

Por meio de seus advogados, Ghosn disse que quer “evitar uma injustiça e perseguição política”. O Líbano não tem acordo de extradição com o Japão, e o governo da França também já disse que não entregará o executivo às autoridades de Tóquio se ele viajar ao país.   

“Se ele chegar na França, não o extraditaremos, porque a França não extradita seus cidadãos”, explicou a secretária de Estado do Ministério da Economia, Agnès Pannier-Runacher, acrescentando, contudo, que Ghosn “não devia ter se tornado foragido”. (ANSA)