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Universitária diz que teve fotos nuas vazadas após deixar celular no conserto.

A mulher mora na Serra e suspeita que funcionários da loja tenham ligação.

Em 29/03/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Uma estudante de Direito de 35 anos contou que teve fotos íntimas vazadas na internet depois de deixar o celular para consertar em uma loja especializada, em meados de março. A mulher ainda afirma que foi vítima de ameaças nas redes sociais. A polícia investiga o caso e os responsáveis pelo estabelecimento ainda não foram localizados pela reportagem.

A universitária suspeita que funcionários da loja tenham ligação com o vazamento das fotos. Ela registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Repressão aos Crimes Eletrônicos, em Vitória.

A mulher disse que entregou o celular na loja para fazer um reparo, pegando o aparelho de volta no mesmo dia. Dois dias depois, ela diz que foi chantageada por um homem que entrou em contato com ela pela internet, obrigando a mulher a passar o número de telefone e a assediando sexualmente. Se ela não fornecesse o contato, o homem vazaria as imagens íntimas dela.

"Tenho várias fotos aqui. Manda seu número, quero falar com você. Se não, vou espalhar", disse o internauta para a vítima por meio do aplicativo "Messenger", do Facebook.

Em seguida, o dono do perfil bloqueou a vítima e fotos íntimas da estudante começaram a ser espalhadas nas redes sociais, de acordo com relato da estudante.

No domingo, outra surpresa desagradável: um outro perfil publicou na linha do tempo da vítima uma foto íntima dela, de modo aberto, para que todos os contatos da mulher vissem.

"Toda a minha família foi abalada por esses crimes. Inclusive, foi um dos meus filhos adolescentes que me avisou da publicação no meu feed do Facebook. Um constrangimento muito grande", lamentou a vítima.

Polícia

A Polícia Civil confirmou que o caso foi registrado nesta segunda-feira (27) e está sob investigação da Delegacia de Repressão aos Crimes Eletrônicos. A assessoria de imprensa da corporação disse que não vai repassar mais informações para não atrapalhar o trabalho da polícia.

Crime

A divulgação de fotos íntimas de terceiros, sem autorização, pode implicar no crime contra a honra de calúnia, com pena de três meses a um ano e multa.

Se a internet for o meio utilizado para efetivar a difamação, a pena poderá sofrer aumento de um terço. Quem compartilhou as imagens nas redes sociais, se tiver intenção de ofender a honra da vítima, também pode ser responsabilizado.

“Infelizmente este é um caso bastante comum. Os arquivos em formato digital, em razão de sua própria natureza, podem ser copiados e recuperados facilmente”, comenta o mestre em direito e professor da FDV, Bruno Costa Pereira.

Outro lado

A reportagem procurou a loja suspeita de ter vazado as fotos, mas não conseguiu contato com os responsáveis. O nome da empresa não será revelado porque a polícia ainda não concluiu a investigação.