ESPORTE NACIONAL

Vanderlei Luxemburgo não tem multa rescisória para deixar o Flamengo.

A diretoria que antes impunha as condições ao treinador agora fica quase que de mãos atadas.

Em 08/04/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Um treinador valorizado e com a decisão do futuro em suas mãos. Algumas discussões que ocorreram durante a negociação do contrato de Vanderlei Luxemburgo com o Flamengo dão autonomia ao treinador para definir seu futuro agora. Luxa queria um contrato de dois anos e pediu a inclusão de uma multa rescisória mais polpuda - o equivalente a pelo menos um ano de contrato. O Flamengo não aceitou. E não estipulou multa milionária. Em caso de saída, o valor seria irrisório, e apenas por mera formalidade na relação empregador e empregado. Uma fonte ligada ao treinador diz que ele não esqueceu de uma frase que ouviu durante as negociações:

- Luxemburgo, aqui é Flamengo e um Flamengo que mudou. Nossa oferta é essa. Se você não quiser, tudo bem.

O cenário agora é bem diferente do encontrado no retorno à Gávea, em julho do ano passado. Convocado para apagar um incêndio que começava a tomar grandes dimensões nas mãos de Ney Franco, Luxa assumiu a equipe ainda com resistências internas e aceitou um contrato com salário abaixo do que estava acostumado. Durante as conversas, chegou a receber um ultimato de que as condições impostas não se alterariam e que o trato era estritamente profissional. Nove meses depois, o panorama mudou e um assediado Vanderlei tem autonomia para definir onde quer trabalhar.

Intermediários entraram em contato para falar do desejo do São Paulo em sentar para conversar, mas ouviram que nada aconteceria antes do término do Campeonato Carioca. A tendência é que o filme de janeiro, quando foi procurado pelo Inter e recusou uma polpuda oferta, se repita.

A realidade, porém, aponta para um Vanderlei que virou o jogo com resultados dentro de campo. A diretoria que antes impunha as condições ao treinador agora fica quase que de mãos atadas. Desde a chegada, o acordo entre treinador e clube ia até dezembro de 2015 - término da gestão Eduardo Bandeira de Mello. O contrato, por sua vez, só foi assinado em novembro, após longa discussão a respeito da inclusão de cláusulas que previam cessão de ingressos e camisas ao técnico.

A essa altura, o Flamengo estava praticamente livre do risco de rebaixamento, e Luxa, antes questionado internamente, estava nos braços da torcida. O temor da diretoria de que fosse solicitado um reajuste dos cerca de R$ 400 mil pré-determinados não se cumpriu.

Luxa aceitou as condições... mas o assédio do São Paulo agora trouxe novos componentes para a mesa. Se o time paulista oferecer um contrato mais longo... Luxa pode ficar seriamente tentado. O treinador já comentou com amigos que não se ilude com a boa fase - dizendo que "dois paus no Brasileiro e tudo muda".

GE/Com Cahê Mota e Janir Júnior