ESPORTE NACIONAL

Vasco aposta em correria, mas sente falta de cadência

Jovens ainda são o caminho, mas, diante do Atlético-PR, mostraram que oscilação.

Em 01/08/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O time titular do Vasco na partida contra o Atlético-PR tinha média de idade de 24 anos. Apenas três jogadores tinham mais do que isso: Martín Silva, Ramon e Rafael Marques. A aposta de Milton Mendes na base segue válida e não merece crítica, apesar da derrota por 1 a 0 para o Atlético-PR. Mas o duelo mostrou que a ideia tem seus contras: a oscilação e o excesso de correria são alguns deles.

A estratégia de Milton para o jogo foi justamente apostar na velocidade. Por isso, tirou Escudero, responsável por cadenciar as jogadas, e colocou Guilherme, de mais velocidade. Era o pedido de boa parte da torcida. Mas, talvez, contra um Atlético-PR extremamente fechado e compacto, o ideal fosse ter alguém capaz de proporcionar pausas ao time.

Não foi o que aconteceu. No primeiro tempo, o Vasco teve vontade, mas acelerou demais as jogadas. Guilherme e Paulinho alternaram de lados o tempo todo, tentando entrar em diagonal, mas não encontraram espaço. As combinações com os laterais não surgiram. Faltou rodar mais a bola – principalmente numa noite em que Bruno Paulista, responsável pela saída de bola, errou demais.

Em vez disso, Milton optou por redobrar a agressividade. Colocou Thalles de centroavante, e o Vasco insistiu nos cruzamentos, sem muito efeito. O Atlético-PR passou a ter mais controle no meio-campo e foi cirúrgico num contra-ataque para conseguir a vitória.

Nem mesmo a entrega de Paulo Vitor foi suficiente. O garoto saiu de campo tendo seu nome gritado pela torcida, mas muito mais pela vontade do que pela técnica, como ressaltou Milton na entrevista coletiva. Paulinho, Guilherme e Mateus também estiveram discretos, e isso é fruto da juventude deles. É natural que oscilem.

- Não se pode ter as duas coisas. O cara que tem voluntariedade, qualidade, é novo... E ter calma, aí é acima da média. A gente opta por uma coisa. Às vezes a mescla faz com que a gente consiga um equilíbrio. Então, estamos devagarinho. Optei por manter a mesma base que acabou o jogo do Atlético-MG para a equipe ter a maturidade, desenvoltura, até porque eu sabia que esse jogo ia ser assim. Jogo diferente contra o Cruzeiro, que provavelmente vai propor o jogo.

É provável que o Vasco tenha novamente Wagner à disposição para o jogo contra o Cruzeiro, na quinta-feira. Escudero também é outra opção para dar calma ao time e organizar a correria da molecada. O próprio Milton espera um duelo diferente contra os mineiros, com mais espaço. O caminho segue sendo os garotos, mas também é preciso ter uma pitada de experiência.