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Vazamento de amônia esvazia frigorífico em São Paulo

Entre as vítimas estava uma mulher grávida, que passou por atendimento e foi liberada.

Em 25/06/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O vazamento de amônia foi registrado na manhã desta segunda-feira (25) em um frigorífico localizado às margens da Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), em Pirapozinho. Ao menos sete mulheres – sendo uma grávida – se queixaram de mal-estar e foram socorridas e encaminhadas ao Pronto-socorro local. Cerca de 800 funcionários foram evacuados da empresa. Os setores de desossa e embalagens foram os mais afetados.

Conforme o engenheiro de segurança do trabalho da empresa, José Lemos Neto, o vazamento aconteceu na área de carregamento de congelados devido a um problema em um equipamento.

“A amônia é utilizada para fazer a parte de resfriamento. Há toda uma parte de equipamentos fechada para não haver exposição”, disse.

Diante da situação, foi adotado o procedimento de evacuação de área e ainda foram tomadas as providências necessárias pela equipe de segurança da empresa, segundo Lemos Neto.

“Todos os funcionários da empresa têm os equipamentos de proteção e trabalham lá [na área do vazamento] aproximadamente 30 pessoas, onde a gente solicitou que eles saíssem do ambiente para que o pessoal de manutenção tomasse as providências cabíveis”, explicou.

Lemos Neto declarou que todos os equipamentos da empresa passam por manutenção periódica por uma equipe própria.

Houve atendimento no Pronto-socorro local e todas as vítimas – que sentiram apenas um mal-estar – já foram liberadas, segundo o engenheiro de segurança do trabalho.

O local tem um ano de trabalho e foi o primeiro incidente. “Vamos tomar todos os procedimentos para não acontecer novamente", assegurou.

Atendimento

O tenente do Corpo de Bombeiros Marcos Antônio Machado Júnior explicou que a corporação foi acionada por volta das 6h40 e enviou quatro viaturas ao local.

“Chegando, tivemos a notícia de que o vazamento foi na câmara de estocagem fria. Um pequeno vazamento na tubulação, porém, percebido pelos funcionários e pelo sistema de detecção”, explicou.

“Os próprios funcionários, ao perceberem, já começaram a evacuar o local, foi avisada toda a fábrica e na hora que o Corpo de Bombeiros chegou o pessoal já havia se retirado e estava na portaria da edificação. Quando as demais viaturas chegaram, a gente aumentou o isolamento, porque a sensação a cerca de 100 metros do local do vazamento era perceptível e a amônia entra em contato, principalmente, com as partes úmidas do corpo, como a pele, olhos, mucosas, então, algumas pessoas começaram a se sentir mal”, comentou o oficial.

De acordo com o tenente, sete pessoas foram socorridas e encaminhadas ao Pronto-socorro de Pirapozinho. “Digo sete, porque algumas foram de ambulância, outras por meios próprios. Todas mulheres e nenhuma grave. As queixas eram de falta de ar e ardência nos olhos, que são sintomas da presença do gás”, declarou.

Segundo os bombeiros que atuaram na ocorrência e o engenheiro de segurança, foi em um seguimento da tubulação por onde passa o gás e faz o resfriamento dos alimentos que aconteceu o vazamento.

“Porém, esse sistema é compartimentado, que é para justamente nestas ocasiões de sinistro ser contido o vazamento. Então, isola aquele local onde houve o vazamento, o gás que está naquela parte vai se esgotar, posteriormente elimina o foco do vazamento e é possível fazer uma manutenção posterior”, explicou o tenente Machado.

O oficial afirmou que o frigorífico possui sistema de segurança. “Virão a perícia e a Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo] para avaliar o que aconteceu e fazer as demais investigações”, afirmou.

O tenente explicou que a empresa possui um projeto de segurança aprovado pelo setor técnico do Corpo de Bombeiros, mas que no processo está pendente uma vistoria da corporação e, por esse motivo, o frigorífico ainda não possui o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).

Vistorias são realizadas pelo Corpo de Bombeiros, mas a liberação do local para que os trabalhos sejam retomados ficará a cargo da Polícia Civil, da Cetesb e da própria empresa.

(Foto: Valmir Custódio/G1)