ECONOMIA NACIONAL

Venda de imóvel usado cai no 1º trimestre, mas locação cresce 17,94% em SP.

As vendas de imóveis usados caíram 55,52% em março na comparação com fevereiro na Capital.

Em 03/05/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

As vendas de imóveis usados caíram 55,52% em março na comparação com fevereiro na Capital. E o volume de locação também reduziu 7,52% no mesmo período na cidade de São Paulo. No entanto, o saldo do primeiro trimestre mostra resultados diferenciados nesses dois mercados. As vendas acumulam queda de 36,64% e a locação, alta de 17,94% segundo a pesquisa que o Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP) faz mensalmente com imobiliárias paulistas.

A pesquisa feita em março com 302 imobiliárias registrou um aumento de 8,51% nos preços médios do metro quadrado dos imóveis usados em relação a fevereiro, “reflexo do crescimento de 61,9% nas vendas em fevereiro e um dos motivos da queda de mais de 50% no mês seguinte”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP. “Outro fator importante da queda havida em março foi a retração nos financiamentos bancários”, ressalta.

A maioria das vendas de casas e apartamentos em março foi feita à vista, 59,38% do total, e as unidades vendidas com financiamento somaram 40,63%. A pesquisa não registrou nesse mês nenhuma venda por meio de carta de crédito de consórcios nem financiada diretamente pelos proprietários de imóveis. “Não há mercado que resista a uma situação de crédito escasso e preço em alta”, assinala Viana Neto.

O resultado ruim do primeiro trimestre não deve ser tomado como parâmetro ou indicativo de tendência para os próximos três meses, segundo o presidente do CRECISP. “O mercado de imóveis usados tem um comportamento volátil por causa da natureza das operações de compra e venda, que são demoradas, complexas e sujeitas a imprevistos de toda ordem”, justifica Viana Neto. Ele explica que negociações represadas por meses devido a questões de documentação ou da própria negociação de preços podem, de repente, destravar e inflar as vendas em determinados meses, no típico e conhecido efeito gangorra.

O presidente do Creci paulista diz que o mercado de locação residencial é mais estável que o de vendas, porque mais acessível, e tem um regime de preços mais afinado com o comportamento do poder aquisitivo dos candidatos à locação.

Os imóveis usados mais vendidos em março na Capital foram os de preço final até R$ 600 mil. Segundo a pesquisa do CRECISP, eles representaram 56,25% do total. A maioria dessas casas e apartamentos (81,25%) teve preço médio de até R$ 8 mil o metro quadrado. A participação das casas nos negócios fechados pelas imobiliárias foi de 21,88% e a dos apartamentos, de 78,13%.

Aluguel mais barato

Quem alugou imóvel na Capital em março contratou um aluguel mensal 5,84% menor, em média, que o de fevereiro, segundo a pesquisa que o CRECISP fez com 302 imobiliárias. Mesmo com preço mais baixo, o número de novas locações foi 7,52% inferior ao de fevereiro, com o índice de locação recuando de 3,5016 para 3,2384.

Dos imóveis que foram alugados em março, 55,21% eram apartamentos e 44,79%, casas. A maioria das novas locações – 50,92% - tem aluguel mensal de até R$ 1.200,00. Para alugar os imóveis, os proprietários concederam descontos sobre os valores originalmente pedidos de 8,82% na Zona A, de 10,03% na Zona, de 10,26% na Zona C, de 11,17% na Zona D e de 10,67% na Zona E.

Segundo a pesquisa CRECISP, o aluguel que mais baixou em março foi o de casas de 3 dormitórios na Zona A, onde estão bairros como os Jardins. O aluguel médio ficou 46,26% mais barato ao passar de R$ 4.200,00 em fevereiro para R$ 2.257,14 em março. O que mais aumentou foi o de apartamentos de 1 dormitório em bairros da Zona B, como Aclimação e Pompéia. O aluguel médio subiu de R$ 1.192,16 em fevereiro para R$ 1.406,09 em março, alta de 17,94%.

Os novos contratos de locação têm como garantia, principalmente, o fiador, presente em 48,36% deles. As outras formas adotadas foram o depósito de três meses do aluguel (27,71%), o seguro de fiança (16,46%), a caução de imóveis (5,42%) e a locação sem garantia e a cessão fiduciária, ambos com participação de 1,02%.

Inadimplência em baixa

Os inquilinos em atraso com o pagamento do aluguel representavam 4,75% do total de contratos em vigor nas imobiliárias consultadas pelo CRECISP em março. Esse percentual é 21,23% inferior aos 6,03% de inadimplentes em fevereiro. O número de imóveis devolvidos às imobiliárias também foi menor – representaram 70,86% do total de imóveis alugados, percentual 13,96% menor que os 82,36% de fevereiro.

Onde houve alta foi nas ações judiciais propostas nos Fóruns da Capital, segundo apurou a pesquisa CRECISP. Foram 3.233 ações em março, 53,22% a mais que as 2.110 ações de fevereiro. Foi expressivo o aumento de ações consignatórias, de 142,86%, de um total de 7 em fevereiro para 17 em março.

Aumentou 116,76% o número de ações de rito sumário (de 543 para 1.177), 33,33% o de ações por falta de pagamento (de 1.377 para 1.836), e 23% as renovatórias de aluguel (de 100 para 123). A única baixa foi a de ações ordinárias: de 83 em fevereiro para 80 em março, 3,61% a menos.