LAZER

Villa Mix se compromete a não selecionar clientes por beleza, diz MP.

Ex-funcionários relataram que eram orientados a selecionar quem entrava.

Em 30/07/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A casa noturna Villa Mix assinou nesta sexta-feira (29) um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que se compromete a não realizar nenhum tipo de seleção com base em aparência, raça ou posição social para definir quem pode ou não frequentá-la. A informação foi divulgada pelo com o Ministério Público (MP) de São Paulo.

O TAC ocorre após promotores instaurarem um inquérito civil para investigar possíveis casos de discriminação. Em 2015, uma comunidade no Facebook foi criada para receber e reunir relatos de discriminação: o “Boicote ao Villa Mix”. Supostos ex-funcionários relataram na página que eram orientados a selecionar os clientes por critérios de raça, posição social e beleza.

O G1 entrou em contato com o escritório do advogado Maurício Ozi, que representa o Villa Mix, e aguardava resposta.

Na época em que foi instaurado o inquérito civil, o advogado do Villa Mix afirmou, por meio de nota, que a casa não pratica nenhum crime de discriminação e que "há frequentadores de todas as raças, estaturas, idades e etnias". "Deve-se instar ainda que pelo alto padrão de qualidade oferecido, nos dias que o estabelecimento está em funcionamento, sua lotação é muito rápida e assim não há como atender a todos os que procuram a sua prestação de serviços", continuou o comunicado.

TAC
Entre as obrigações assumidas, a casa noturna se compromete a confirmar, via mensagem eletrônica, o recebimento de todos os e-mails de consumidores que puserem nome na lista de presença da casa.

A confirmação deve ocorrer com a mensagem: “Confirmamos o recebimento do seu e-mail, estando todos os nomes nele apontados incluídos na lista da pista para o dia ... Alertamos que a inclusão do nome na lista não garante o ingresso na casa, o que ocorre por ordem de chegada, fazendo-se necessário, portanto, que cheguem cedo para não perderem a reserva".

A mensagem também deve ter a informação que a casa "repudia qualquer forma de discriminação em virtude de raça, sexo, orientação sexual, identidade de gênero, cor, origem, condição social, idade, porte ou presença de deficiência e doença não contagiosa por convívio social ou qualquer outra forma de discriminação".

Interessados em relatar casos de agressão na Villa Mix ou em outros estabelecimentos podem procurar a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos pelo telefone (11) 3119-9260 ou pelo e-mail inclusaosocial@mpsp.mp.br.

Agressão
No início de julho, um universitário de 24 anos afirmou ter sido agredido na casa noturna. Na confusão, o braço dele teria sido quebrado.

Segundo reportagem da rádio CBN, desde 2014, 27 boletins de ocorrência foram registrados em uma delegacia de casos semelhantes na casa noturna. Somente em 2016, 12 pessoas registraram ocorrência por causa de conflitos dentro da casa.

g1/São Paulo