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Viracopos tem menor nº de viajantes em 3 anos e perde receita com cargas.

Crise afetou fluxo de passageiros e voos internacionais diminuíram 28,5%.

Em 16/01/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), encerrou 2016 com 9,3 milhões de passageiros, o menor fluxo em três anos, de acordo com a concessionária que administra o terminal. A crise econômica também refletiu no terminal de cargas e as receitas encolheram.

No comparativo com 2015, o terminal recebeu 999,4 mil viajantes a menos, total que representa diminuição de 9,6%. A quantidade de passageiros em voos internacionais diminuiu 28,5%, enquanto nos domésticos houve 8,4% de usuários a menos. Veja evolução na tabela abaixo.

"As pessoas estão mais contidas, as empresas estão reduzindo custos de forma geral e a área dos transportes é sempre afetadas. Há um reflexo direto do nível econômico do país", explica o diretor de operações em Viracopos, Marcelo Mota, sobre a retração no movimento de viajantes.

Durante o ano, também houve mudanças em rotas. A American Airlines deixou de realizar voos diários para Miami, Estados Unidos; enquanto a Azul anunciou compra de 40% do capital da companhia TAP - antes responsável por operar voos semanais para Lisboa, em Portugal. Na segunda quinzena de 2015, a Copa Airlines também encerrou voos para a Cidade do Panamá.

Ano Voos Domésticos Voos Internacionais Total
2013 9,23 milhões 60,8 mil 9,29 milhões
2014 9,74 milhões 103,4 mil 9,84 milhões
2015 9,67 milhões 646,1 mil 10,32 milhões
2016 8,86 milhões 462 mil 9,32 milhões
Fonte: Aeroportos Brasil Viracopos

Queda de receitas e negociações
Além de perder passageiros, Viracopos registrou pelo terceiro ano consecutivo queda nas operações do terminal de cargas. A estrutura contabilizou 58,5 mil toneladas de materiais exportados, alta de 12,2% em relação a 2015, mas as importações tiveram retração de 17,2% - foram de 124,4 mil toneladas para 103 mil toneladas. As receitas do setor diminuíram 3%.

"Perdemos muito, quase dois terços do volume de cargas desde que assumimos [2013]. O aeroporto só não foi mais impactado, porque tivemos algum benefício por causa do preço do dólar, e estamos buscando maior eficiência ao trabalhar com cargas de alto valor agregado", avalia Mota. O setor responde por aproximadamente 65% das receitas totais do aeroporto.

Para melhorar os indicadores a partir deste ano, explica Mota, Viracopos estuda negociar rotas para países latino-americanos com intuito de elevar movimento de passageiros e faturamento com cargas.

A escolha, segundo ele, ocorre por causa da estabilidade no continente europeu e porque as empresas atuantes no mercado asiático estão focadas em acordos "regionais".

"Nós não chegamos a projetar números, porque depende das negociações. Ainda há muita viabilidade de interligação entre capitais, há oportunidade de investimentos", conta ao admitir que a concessionária tem metas internas, mas não divulga por causa de concorrência. Há dois meses, o aeroporto lançou incentivos para aquecer as operações com cargas. Segundo Mota, uma aeronave deste setor representa a mesma lucratividade de até 20 voos de passageiros.

Reequilíbrio financeiro e novos negócios
Outro ponto destacado por ele foi a primeira revisão extraordinária do contrato de concessão pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em dezembro do ano passado. A instituição aprovou repasse de R$ 209,9 milhões, valor do qual foram descontados R$ 182 milhões da outorga anual - valor devido pela concessionária ao governo federal pelo direito de operar o aeroporto.

Fonte: G1 Campinas e Região