CIDADE

Vitória ganha primeiro "parklet", em Jardim Camburi.

Parklet é uma área de lazer móvel, instalada em vagas de carro.

Em 26/12/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Uma tendência no mundo inteiro e nas metrópoles brasileiras, o parklet  também chega ao Espírito Santo. Mas, apesar do nome sofisticado, trata-se de uma área de lazer móvel que, instalada em vagas de carro em frente a restaurantes e bares, tem como objetivo promover um melhor aproveitamento do espaço e incentivar o transporte alternativo.

O nome faz trocadilho com o ato de estacionar (“parking”, em inglês) e parques (“parks”). Instalado na rua Ranulfo Barbosa dos Santos - conhecida como Rua Gourmet - em Jardim Camburi, Vitória, no último domingo (18), o parklet  ocupa o espaço de duas vagas de carro e oferece uma estrutura em madeira de quase 20 metros quadrados onde as pessoas podem se sentar, ler, guardar a bicicleta ou simplesmente bater um papo.

“A proposta é trocar as vagas que atendem a um número menor de pessoas por um espaço de vivência, além de estimular outros meios de transporte como a bicicleta”, explicou a arquiteta Priscila Ceolin que assina o projeto junto com o arquiteto Renan Grisoni.

Segundo Priscila, o equipamento foi construído com madeira de pallet de reúso. As peças foram produzidas em uma oficina de práticas de trabalho em madeira, realizada pelo Ateliê de Ideias - uma Organização Não-Governamental (ONG) - com estudantes de arquitetura e moradores do Morro São Benedito, em Vitória.

Investimento
O parklet  foi construído para um evento em comemoração ao Dia do Arquiteto, realizado na orla de Camburi, a pedido do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU).


De acordo com Tito Carvalho, presidente do órgão, o equipamento custou cerca de R$ 3 mil. O valor poderia ser maior, não fosse a mão de obra voluntária do Ateliê de ideias e de todos os envolvidos.

Além dos arquitetos que assinam a obra, diversos estudantes de arquitetura participaram do projeto desde a concepção até à execução, segundo o estudante Lucas Damm Cuzzuol, de 21 anos. Ao todo, foram 30 pessoas.

“O parklet é importante porque temos que conquistar uma consciência coletiva e promover, nas cidades, espaço para as pessoas. Nosso propósito é levar os mobiliários para outras cidades capixabas”, defende Lucas, que também é diretor regional da Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura (Fenea).

Para os empresários Fábio Curto, de 38 anos, e Jone Brito, de 35, que apoiaram a ideia e conseguiram autorização do município para que o equipamento fosse instalado, o parklet  é importante porque oferece a integração das pessoas que frequentam a rua e o comércio em frente ao equipamento, além de oferecer um local para descanso de caminhadas e para a interação social.

Outros bairros
O parklet  em Jardim Camburi ainda é um projeto piloto, mas, segundo a prefeitura, a área de lazer móvel poderá ser levada para outros bairros.

Em 60 dias, será concluído um decreto para regulamentar o uso do equipamento em toda a capital.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Lenise Loureiro, estão sendo discutidos prazos, desenhos e outras diretrizes para a ampliação do parklet em Vitória e que não é necessária uma lei, porque o Código de Posturas já prevê a regulamentação de utilização de espaços públicos com a finalidade de ampliar áreas de convivência na cidade e o uso de transportes alternativos.

Em São Paulo, os parklets acabam virando uma extensão dos estabelecimentos, com os garçons servindo nos espaços. “Vale ressaltar que o espaço não é uma extensão comercial. O objetivo é propor maior oferta de espaço físico e despertar nas pessoas o interesse nesses locais”, esclarece Lenise Loureiro.

O parklet  de Jardim Camburi recebeu autorização para permanecer no local por 30 dias com possibilidade de prorrogação por mais 30. “Fomos procurados pelo Conselho de Arquitetura e aprovamos a ideia, pois já era de interesse dessa gestão”, disse a secretária.

Fonte: G1-ES