NEGÓCIOS

WikiLeaks oferece emprego a demitido do Google por carta sexista

Proposta foi feita por Julian Assange, que falou que censura é para perdedores.

Em 08/08/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, anunciou nesta segunda-feira (8) que está disposto a oferecer um emprego ao engenheiro demitido pelo Google após ter distribuído dentro da empresa um documento em que afirmava que características biológicas impediam mulheres de ocupar posições de liderança. Ele também criticava as políticas de diversidade da empresa.

O engenheiro de software sênior James Damore confirmou à agência de notícias da Bloomberg que foi demitido por "perpetuar estereótipos de gênero".

Na carta de 3 mil palavras, o ex-funcionário afirma que:

"As opções e as capacidades de homens e mulheres divergem, em grande parte devido a causas biológicas, e estas diferenças podem explicar por quê não existe uma representação igual de mulheres (em posições) de liderança".

Polêmico, Assange está recolhido à embaixada do Equador em Londres há cinco anos para evitar ser preso pela polícia britânica –no início, ele podia ser extraditado para a Suécia, onde era alvo de uma acusação de estupro, retirada em maio deste ano; ainda assim, há um mandado de prisão contra ele.

Ao saber da polêmica, Assange começou a disparar tuítes.

“Censura é para perdedores. Wikileaks está oferecendo um emprego para o engenheiro demitido do Google, James Damore”, afirmou Assange, em sua conta no Twitter.

E continuou: “Mulheres e homens merecem respeito. Isso inclui não demiti-los por educadamente expressarem suas ideias e não argumentar de volta”.

A carta

James Damore escreveu que as aptidões naturais levam homens a ser programadores de informática, enquanto mulheres são mais inclinadas "aos sentimentos e à estética que às ideias", o que as leva a escolher carreiras nas áreas "social e artística".

"Não é um ponto de vista que a empresa e eu mesmo respaldemos, promovamos ou incentivamos", respondeu em um e-mail aos funcionários Danielle Brown, diretora da área de diversidade, que trabalhava na Intel e foi contratada pelo Google há apenas um mês.

De acordo Brown, o debate interno na empresa está estimulado pelos "princípios de igualdade no emprego, que podem ser observados em nosso código de conduta, nossas políticas e nossas normas antidiscriminatórias".

Mas ela destaca que o Google sempre defendeu "uma cultura na qual aqueles que têm pontos de vista diferentes, inclusive políticos, sintam-se seguros de poder expressá-los".

(Foto: Peter Nicholls/Reuters)