SAÚDE

Conheça os maiores vilões e veja como evitar a barriguinha

Nutricionista explica que o excesso de gordura abdominal pode ter relação com doenças.

Em 12/04/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A barriga é um problema para muita gente e é motivo de insatisfação até mesmo entre aqueles que fazem exercícios físicos diariamente. Porém, mais do que estética, o excesso de gordura abdominal pode estar relacionado à resistência à insulina, diabetes, hipercolesterolemia, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e alguns tipos de cânceres, como o de mama, ovário e de endométrico.

De acordo com a nutricionista Cristiane Perroni, a localização central de gordura visceral é influenciada por vários fatores como: sexo, genética, idade, sedentarismo, hormônios, tabagismo, ingestão alimentar e de bebida alcoólica.

Circunferência abdominal:

Sexo Risco Alto risco
Mulher 80cm 88 cm
Homem 94cm 102cm

- Os homens tendem a ter maior proporção de gordura abdominal, obesidade andróide. As mulheres tendem a ter maior quantidade de gordura na região glútea, obesidade ginóide. Após a menopausa, elas podem ter a gordura na região abdominal aumentada, elevando o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, hipertensão, resistência à insulina e diabetes - explicou.

Mas você sabe quais são os responsáveis por esse acúmulo de gordura na região abdominal? Cristiane Perroni identificou os quatro maiores vilões e explicou por que você deve evitar ou limitar o consumo deles. Veja a lista elaborada pela profissional:

Bebida alcoólica

Estudos científicos mostram que a ingestão de até 30g de álcool não está associada ao aumento da circunferência abdominal. Entretanto, ingerindo acima de 48g de álcool há correlação positiva com acúmulo de gordura na região. Portanto, não existe “barriga de cerveja ou chopp", mas existe o aumento da circunferência abdominal pela ingestão excessiva de qualquer tipo de bebida alcoólica, seja ela destilada ou fermentada.

Açúcar branco/refinado

Quando ingerimos açúcares refinados que apresentam maior índice glicêmico, há elevação da glicose sanguínea, estimulando o pâncreas a liberar insulina. Com o consumo elevado de açúcares, haverá grande quantidade de insulina na corrente sanguínea e armazenamento do excesso na forma de gordura. A liberação cada vez maior de insulina para a corrente sanguínea pode gerar resistência à insulina (a insulina em excesso não funciona bem) e, a longo prazo, diabetes. Exemplo de alimentos que contêm muito açúcar são sucos de caixa, refrigerantes, sobremesas, entre outros.

Cereais refinados

Cereais matinais ricos em açúcares ou a base de milho, arroz branco e macarrão são pobres em fibras, reduzidos em vitaminas e minerais e ricos em açúcares. Assim como o açúcar branco refinado, acarretam grande estímulo insulínico ocorrendo elevação da glicose sanguínea, estimulando o pâncreas a liberar insulina. Quando consumidos em grande quantidade e não há equilíbrio entre ingestão e gasto energético através da prática esportiva, são estocados na forma de gordura no tecido adiposo.

Gordura trans

Resulta do processo natural de bio-hidrogenação ou do processo industrial de hidrogenação parcial ou total de óleos vegetais. A principal fonte de gordura trans na dieta é a gordura vegetal hidrogenada (por exemplo, a margarina) utilizada industrialmente na produção de biscoitos, bolachas recheadas, empanados, comida congelada, sorvetes cremosos, tortas e alimentos “fast-food”.

O principal efeito metabólico dos ácidos graxos trans em relação às doenças cardiovasculares é a elevação do colesterol total e a lipoproteína de baixa densidade (LDL) e redução da lipoproteína de alta densidade (HDL). Observa-se também a elevação dos triglicerídeos plasmáticos e prejuízo da sensibilidade à insulina.

De acordo com a legislação no Brasil, a ingestão de gordura trans deve ser inferior a 1% do valor energético diário, e a OMS preconiza sua exclusão nos alimentos industrializados. É obrigatória a notificação da gordura trans na rotulagem de produtos.

Veja as dicas da nutricionista para prevenir e reduzir acúmulo de gordura abdominal:

- Controle o peso

- Pratique exercícios físicos (pelo menos 150 minutos por semana)

- Evite alimentos com alto índice glicêmico

- Tenha um estilo de vida ativo

 

- Abandone o tabagismo

- Evite ou diminua a ingestão de bebida alcoólica

- Modifique hábitos alimentares, aumentando o consumo de alimentos integrais; ingerindo cinco porções diárias de frutas , verduras e legumes; reduzindo o tamanho das porções; evitando frituras e alimentos cremosos; reduzindo o consumo de açúcares; variando a alimentação e montando pratos coloridos; dividindo o prato em ½ hortaliças A e B (verdura e legumes) + ¼ proteína magra + ¼ cereais ou hortaliça C.