SAÚDE

Cuidado com maus hábitos na infância ajuda a evitar doenças

Uma delas é o Ceratocone, doença progressiva que é alvo de campanha no mês de junho.

Em 16/06/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Divulgação/Liliana Nóbrega

Uma delas é o Ceratocone, doença progressiva que é alvo de campanha no mês de junho, onde profissionais de saúde se dedicam ao combate de maus hábitos que podem levar ao seu aparecimento.

As cores podem ter diversos significados. Na medicina, elas ajudam a identificar, mês a mês, o combate de doenças que afetam milhões de pessoas pelo mundo, como o câncer de mama, glaucoma, entre outras. Em Junho, por exemplo, a cor violeta é utilizada para identificar as ações de combate ao Ceratocone, doença caracterizada por uma alteração progressiva na córnea – a primeira camada do olho –, fazendo com que ela se encurve e afine.

“Essa é uma doença grave, que tem como consequência um astigmatismo irregular, miopia alta e baixa acuidade visual, podendo levar à cegueira”, conta a oftalmologista Liliana Nóbrega. De acordo com a especialista, o aparecimento desta condição se dá principalmente na infância e adolescência e está relacionado ao hábito de coçar os olhos.

“A alergia ocular, comum na infância e adolescência, faz com que o hábito de coçar os olhos se torne presente. Porém, a continuidade do ato pode levar à uma alteração da biomecânica da córnea, tendo como consequência, em muitos casos, o aparecimento do Ceratocone, que atinge cerca de 150 mil pessoas por ano”, acrescenta a médica.

Liliana Nóbrega alerta, entretanto, que não são todos os casos de coceira nos olhos que se desenvolvem para o ceratocone e que há evidências de hereditariedade, entre outros fatores para o seu aparecimento.

“Estudos mostram que até 5% da população possui predisposição para a doença, mas que seu surgimento está ligado à estímulos externos, como a coceira frequente dos olhos ou o ato de apertá-los”, completa.

Para prevenir o desenvolvimento do Ceratocone, Liliana alerta para a importância do diagnóstico precoce. “Se já houver casos na família, é essencial que seja procurado um profissional oftalmologista para que o paciente seja monitorado precocemente, a fim de evitar a progressão, em caso de constatado o surgimento da doença”. Há ainda, outros sintomas que geram alerta para a necessidade de consulta médica: diminuição da visão na infância e na adolescência, mudança frequente de óculos, alergias, olhos sempre vermelhos e inflamados, síndrome de down, turner, marfan, amaurose de leber, retinose pigmentar, etc.

Por fim, a oftalmologista Liliana Nóbrega esclarece que, apesar de não haver uma cura para doença, seu tratamento tem sido cada vez mais desenvolvido, sendo mais comum uso de óculos e lentes de contato.

“Em alguns casos, pode ser recomendado também a realização de uma cirurgia, onde há um implante de anel intracorneano que muda a curvatura da córnea”. Por Fernando Corrêa - Mile4)