SAÚDE

ES tem 252 suspeitas de zika vírus e 14 casos confirmados de microcefalia.

Projeto de lei prevê repasse de R$ 35 milhões a municípios em 2016.

Em 09/12/2015 Referência JCC

Um projeto de lei criado pelo governo do Espírito Santo prevê que sejam repassados R$ 35 milhões aos municípios, em 2016, para ações de controle e combate ao mosquito Aedes aegypti. O número de suspeitas de zika vírus no estado já chegou a 252 e são 14 casos confirmados de microcefalia. O dinheiro é recurso do Fundo para Redução das Desigualdades Regionais, criado em 2006. O PL foi enviado à Assembleia Legislativa nesta terça-feira (8).

Além de transmitir o zika vírus, o mosquito também é transmissor da degue e da febre chikungunya. O PL permite aos municípios que são beneficiados com repasses de recursos do Fundo que utilizem 30% do montante para as ações.

O PM ainda especifica que, em caráter exepcional, pelo período compreendido entre 1º de janeiro de 2016 e o término do exercício financeiro do mesmo ano, poderá ser utlizado para pagamentos de despesas recorrentes até 60% da receita pública transferida aos municípios pelo Fundo, devendo 50% desse valor ser aplicado na realização de ações de controle e combate ao mosquito e ações necessárias ao diagnóstico e tratamento das doeçnas provocadas por ele.

Para o secretario da Casa Civil, Paulo Roberto, a preocupação cresce neste verão, quando aumenta o número de turistas no estado.

"A novidade para 2016, em função desse problema que o Espírito Santo e todo o Brasil está atravessando, em função do mosquito Aedes aegypit, é de eles poderem utilizar 30% desses recursos que serão encaminhados aos municípios, no combate e no controle do mosquito", disse.

Números
Até o momento, o Espírito Santo registrou 252 casos suspeitos de infecção pelo zika vírus, sendo cinco confirmados laboratorialmente (quatro em Vitória e um em Vila Velha). O estado tem ainda 14 bebês, entre nascidos e em gestação, diagnosticados com microcefalia, mas ainda sem confirmação de relação com o zika vírus.

De acordo gerente de vigilância em Saúde, Gilza Rodrigues, o estado depende das informaçoes repassadas pelos municipios, portanto esse número pode ser maior.

"Pode ser, considerando que a gente não recebeu informações de todos os municípios. Combinamos então de atualizar novamente na quinta-feira, quando a gente espera ter um número mais próximo do correto possível", disse Gilza.

Ação do Exército
Cerca de 230 militares do Exército começaram a atuar no Espírito Santo nesta terça-feira (8), juntamente com agentes de saúde, para vistoriar casas e terrenos. O pedido de intensificação no combate ao vetor foi feito pelo governo do estado.

Para o empresário Arlindo Alves Fonseca, que mora no bairro Itararé, em Vitória, a ação é indispensável, ainda mais porque a filha dele está grávida.

"Fiquei mais tranquilo com a ação do Exército e dos agentes na minha oficina, prevenção é sempre bom. É uma ação necessária, tenho minha filha grávida, então pode acontecer com ela, pode acontecer com qualquer pessoa, então é sempre bom prevenir a doença", disse.

Grávidas
Uma reunião de representantes do governo com maternidades de alto risco será realizado nesta quarta-feira (9), para serem passadas orientações de como agir corretamente em casos de bebês com microcefalia.

Além disso, em Vitória, cada unidade de saúde está entrando em contato com as gestantes cadastradas em seu sistema para organizar a visita ao local de trabalho e às casas dessas mulheres.

A prefeitura pede que as gestantes atendidas pelo sistema privado de saúde compareçam à unidade de saúde mais próxima de sua residência para notificar seus endereços de trabalho e residencial. Assim, a equipe irá visitar os locais para verificar se há presença dos criadouros do mosquito.

A equipe de visitação é composta por agentes comunitários e agentes de combate à endemia. Além de visitar e verificar focos do mosquito, a equipe tem o objetivo de fornecer orientações para que as gestantes saibam verificar possíveis focos do Aedes aegypti.

A meta é visitar todas as gestantes da cidade. Atualmente, Vitória tem cerca de 1700 gestantes cadastradas no sistema público de saúde, em acompanhamento pré-natal. Estima-se que, somado ao número da rede privada de saúde, haja entre 2.000 a 2.500 gestantes atualmente.

Quem também tomou uma medida foi a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que decidiu liberar as servidoras grávidas até o dia 18 de dezembro, para evitar a contaminação pelo zika vírus. A pró-reitora de Gestão de Pessoas, Maria Lucia Casate, explicou que a decisão foi tomada enquanto não há um rastreamento de possíveis focos do mosquito na universidade.

Fonte: G1-ES