SAÚDE

Estudo sugere consumir mais gordura e menos frutas e legumes

Maior consumo de gorduras pode ser mais benéfico que alta ingestão de carboidratos.

Em 30/08/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

rganização Mundial da Saúde atualmente recomenda que as pessoas não obtenham mais de 30% da energia da gordura. Também a entidade aconselha que se evite a ingestão de gorduras saturadas encontradas em produtos de origem animal.

"O que estamos sugerindo é moderação em oposição a ingestão muito baixa e muito alta de gorduras e carboidratos", disse à Reuters Mahshid Dehghan, da McMaster University em Hamilton, Canadá.

O estudo do 'Lancet' recrutou pessoas entre 35 e 70 anos em 18 países entre 2003 e 2013. Pesquisadores também obtiveram informações das dietas de outras 135.335 pessoas que foram seguidas por cerca de sete anos em outros estudos.

Na análise, cientistas identificaram 5.796 óbitos e 4.784 eventos cardiovasculares entre a população estudada.

Quando pesquisadores separaram as pessoas em cinco grupos com base no consumo de carboidratos, descobriram que as pessoas que comiam mais carboidratos eram 28% mais propensas a morrer por qualquer causa durante o estudo do que as que comiam o mínimo.

Mas, quando as pessoas foram divididas em cinco grupos com base na quantidade de gordura que consumiam, aquelas que comeram mais gordura -- de qualquer tipo -- eram cerca de 23% menos propensas a morrer durante o estudo do que aquelas que comiam o mínimo.

Os achados foram consistentes com qualquer tipo de gordura consumida.

"Esperamos que as diretrizes sejam reconsideradas à luz das novas descobertas", disse Dehghan à Reuters.

Uma segunda análise do estudo também sugere que os benefícios de comer frutas e vegetais não são ilimitados.

As diretrizes da OMS sugerem cinco porções de frutas, vegetais ou leguminosas a cada dia, de acordo com a coautora da pesquisa Victoria Miller, também da McMaster University.

Essas diretrizes, explica a autora, são principalmente baseadas em evidências da América do Norte e da Europa. Em outras partes do mundo, cinco porções de frutas por dia podem ser muito caras.

"Nossos resultados mostram que o menor risco de morte foi entre as pessoas que comeram três a quatro porções de frutas com pouco benefício adicional além desse intervalo", disse Miller.

Se as diretrizes da dieta fossem ajustadas para refletir uma quantidade menor, disse Miller à Reuters, seria mais viável e mais pessoas atenderiam esse objetivo.

Miller enfatizou, no entanto, que as pessoas que estão cumprindo ou excedendo o objetivo diário de frutas, legumes e leguminosas não devem levar as descobertas como uma licença para comer menos desses alimentos.

(Foto: Bem Estar/Erika Ricci)