SAÚDE

Infecção urinária é mais comum em mulheres, diz Sesa

Pacientes do Himaba receberam orientações sobre como prevenir doenças renais.

Em 14/03/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Sesa-Himaba/Divulgação

A infecção urinária pode ocorrer em qualquer parte do sistema urinário, como rins, bexiga, uretra e ureteres, sendo mais comum em mulheres entre 20 e 40 anos e grávidas. No caso dos homens, a doença é mais frequente na infância ou após os 55 anos. Entre os fatores que podem levar a uma infecção urinária estão segurar a urina por muito tempo, a obesidade, intestino preso, cálculos renais e doenças de próstata.

Para evitar o agravamento da infecção urinária, é preciso diagnosticar e tratar precocemente para se evitar uma progressão para uma Doença Renal Crônica (DRC). Por isso, é importante ficar atento a sintomas como dor ao urinar, necessidade de urinar com muita frequência, eliminação de urina escura ou com presença de sangue, entre outros.

O médico José Geraldo Mill aponta que é fundamental realizar, regularmente, a dosagem de creatinina no sangue, pois é por meio desta dosagem que o médico poderá avaliar de forma mais segura se o paciente está com funcionamento adequado dos rins.

A creatinina é produzida normalmente pelo corpo e é eliminada na urina, e vai acumular no sangue caso os rins não consigam eliminá-la. Por isso, realizar a dosagem da creatinina no sangue é a melhor forma para descobrir precocemente se os rins estão funcionando bem. Se o resultado do exame apontar que os níveis dessa substância estão acima do considerado normal, isso pode ser um sinal de lesão de regiões do rim responsáveis pela produção da urina. A concentração de creatinina no sangue é o sinal de alerta para o médico acompanhar o funcionamento dos rins dos pacientes.

Cálculo Renal

Na urina são eliminados diversos elementos e quando há pouca água para dissolvê-los, formam-se os cristais e que, quando se juntam, pode formar o cálculo ou uma pedra nos rins ou nas vias urinárias. As pedras lesam os rins e as vias urinárias e levam a uma dor muito intensa. Cerca de 4% da população apresenta pedras nos rins, que também pode ser um problema silencioso.

Entre os sintomas estão o inchaço do corpo, sangue na urina, anemia em que não se descobre a causa. Por serem sintomas silenciosos, as pessoas só buscam ajuda médica quando passam a sentir dor.

Para evitar a situação, o nefrologista e chefe da Unidade de Gestão de Transplantes do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), Lauro Monteiro Vasconcellos, ressalta que a ingestão de água é a melhor forma de prevenção.

“Não há idade para se ter cálculo renal, por isso beber água é a melhor forma de prevenção”, destacou.

Doença Renal Crônica pode levar à morte

A doença renal crônica (DRC) se caracteriza por lesão nos rins que se mantém por três meses ou mais, com diversas consequências, pois os rins têm muitas funções, dentre elas: regular a pressão arterial, “filtrar” o sangue, eliminar as toxinas do corpo, controlar a quantidade de sal e água do organismo, produzir hormônios que evitam a anemia e as doenças ósseas, entre outras. Em geral, nos estágios iniciais, a DRC é silenciosa, ou seja, não há sintomas ou são poucos e inespecíficos. Com isso, o diagnóstico pode ocorrer tardiamente, quando o funcionamento dos rins já está bastante comprometido, levando o paciente ao tratamento de diálise ou até mesmo ao transplante renal.

Assim, são fundamentais a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, com exames de baixo custo, como a dosagem de creatinina no sangue e o exame de urina simples.

Vale ressaltar que dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) apontam que 60% dos pacientes desconhecem essa situação e, por se tratar de uma doença silenciosa, muitas pessoas só buscam ajuda quando ela já está em um estágio avançado.

O gerente de Ensino e Pesquisa do Hucam, José Geraldo Mill, explica que o acompanhamento dos pacientes com DRC depende do estágio da doença. “Nos estágios iniciais, quando a função renal ainda não está severamente comprometida, o atendimento deve ser feito na atenção primária, isto é, pelas Unidades de Atenção Básica. Nesta fase é muito importante controlar os fatores de risco que contribuem para acelerar a perda de função renal”, explicou.

No entanto, o médico disse que a escolha para o tratamento de cada paciente irá depender de quais fatores de risco para o DRC ele apresenta.

“Os principais fatores que aceleram a perda da função renal são a pressão alta, o diabetes, a presença de cálculos renais e a infecção urinária. Portanto, os pacientes que apresentam alguma destas condições devem receber tratamento adequado, como manter a pressão arterial em níveis normais, controlar o diabetes com dieta adequada e medicamentos. Para pacientes que já sofreram de cálculo renal ou que apresentam num exame simples de urina muitos cristais no sedimento urinário, adotar as medidas de prevenção do cálculo como beber água regularmente para manter a urina mais diluída - pelo menos 2 litros por dia - e ajustar a dieta para evitar a formação de cálculos mais específicos. No caso de infecções urinárias, se elas forem recorrentes, deve-se buscar não só o tratamento adequado, mas também investigar a causa da recorrência”, destacou.

Como se prevenir das doenças renais

Cuidar dos rins significa ficar longe de doenças renais. Por isso, alguns cuidados são fundamentais para manter os rins em bom funcionamento.

- Adotar uma dieta menos salgada, consumindo até 2 gramas de sódio por dia, equivalente a 5 g de sal de cozinha  por dia. O sal tem um efeito de reter mais água. Isso faz os rins trabalharem com uma pressão mais alta, levando a uma doença renal ou uma doença renal crônica.

- Beber bastante água.

- Para quem é diabético, a dieta deve ser controlada, especialmente em relação ao açúcar.

- Idosos, portadores de doença cardiovascular e pacientes com história de doença renal em familiares têm grande potencial para desenvolver lesão renal e devem ser investigados com triagem de exames de urina e dosagem de creatinina no sangue. O ideal é fazer o exame uma vez por ano.

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Usuários do Himaba recebem orientações sobre cuidados com os rins

Quem passou pelo pronto-socorro e ambulatório do Hospital Estadual Infantil e Maternidade Dr. Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, na manhã desta sexta-feira (13), recebeu orientações sobre como prevenir doenças renais. A abordagem fez parte da Semana Estadual do Rim, de acordo com a Lei Estadual 10.375, e foi organizada pelo Grupo de Trabalho de Humanização.

A ação de conscientização contou com a participação de estudantes de Nutrição, que ajudaram a distribuir panfletos com dicas de como identificar possíveis sinais de doenças nos rins e orientações para prevenir futuros problemas.

A infecção urinária, por exemplo, pode ocorrer em qualquer parte do sistema urinário, como rins, bexiga, uretra e ureteres, sendo mais comum em mulheres entre 20 e 40 anos e grávidas. No caso dos homens, a doença é mais frequente na infância ou após os 55 anos. Entre os fatores que podem levar a uma infecção urinária estão: segurar a urina por muito tempo, a obesidade, intestino preso, cálculos renais e doenças de próstata.

A dona de casa Maria Eunice Teixeira gostou de receber as orientações.

“Eu nem sabia que doença nos rins podia ter essas causas que eles falaram. Vou ficar mais atenta e tomar mais cuidado. Na correria a gente nem presta atenção nessas coisas e quando vê já está doente”, falou.

É preciso diagnosticar e tratar precocemente para se evitar uma progressão para uma Doença Renal Crônica (DRC). Através do exame de creatinina no sangue, é possível avaliar o funcionamento dos rins, já que a substância é produzida normalmente pelo corpo e eliminada na urina, e vai acumular no sangue caso os rins não consigam eliminá-la.

É importante ficar atento a sintomas como dor ao urinar, necessidade de urinar com muita frequência, eliminação de urina escura ou com presença de sangue, por exemplo.

A coordenadora de Nutrição Clínica do Himaba, Heloisi Passos, explicou durante a abordagem as recomendações para a prevenção de doença renal.

“Prática de exercício físico, evitar os excessos de sal, carne vermelha e gordura, fazer o controle do próprio peso, controles da hipertensão, índice glicêmico e colesterol e evitar bebida alcoólica. É essencial beber uma quantidade de água adequada para cada pessoa. A recomendação geral é consumir cerca de dois litros/dia, mas o médico consegue calcular de forma individualizada quanto é necessário”, afirmou.

O Himaba

Mantido pelo Governo do Estado, o Hospital Estadual Infantil e Maternidade Dr. Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, é administrado desde o dia 6 de novembro de 2019, pelo Instituto Gnosis, por meio de um contrato de gestão firmado com a Secretaria da Saúde (Sesa). (Com informaões das Assessorias de Comunicação da Sesa e do Himaba)