SAÚDE

Mulheres acima de 42 anos têm menos chances de dar à luz

53,6% das mulheres acima de 42 anos precisam de o?vulos doados para engravidar.

Em 15/01/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Jornal Opção - Reprodução

O adiamento da maternidade reflete diretamente nos resultados dos procedimentos de reprodução assistida. Segundo um estudo, publicado em 2019, mulheres acima de 42 anos que tentam engravidar com óvulos próprios têm menos de 5% de chances de dar à luz. 

A partir de dados coletados na maioria das clínicas de reprodução assistida situadas na América Latina, o estudo mostra que 53,6% das mulheres acima de 42 anos precisam de óvulos doados. Quanto mais cedo o tratamento é realizado, mais alta é a chance da mulher engravidar. Isso porque, com o passar dos anos, a quantidade e a qualidade dos óvulos diminuem. 

“Por esse motivo, pacientes têm recorrido à recepção de óvulos de doadoras com idade até 35 anos. Por estar usando o óvulo de uma mulher mais jovem, não importa sua idade, ela vai ter as mesmas chances de engravidar que a doadora”, esclarece Hitomi Nakagawa, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). “Vale ressaltar que, no Brasil, essa doação é anônima”, completa.

Para a Organização Mundial da Saúde, casais que não usam métodos contraceptivos durante 12 meses têm atividade sexual regular, e não conseguem engravidar podem ser inférteis. Para mulheres acima de 35 anos, o recomendado é avaliação com 6 meses de tentativas infrutíferas. Após esse período, conforme recomenda a SBRA, o indicado é que o casal procure um médico especialista para realizar exames e fazer uma investigação detalhada do problema a fim identificar as causas e o tratamento mais adequado.

“As mulheres que não desejam engravidar em curto prazo, mas já se encontram em uma idade de risco, precisam avaliar junto a um médico especialista a preservação da possibilidade de completar sua família no futuro por meio do congelamento de óvulos”, afirma Nakagawa.

Avanços

O levantamento da Redlara constatou ainda que o número de embriões utilizados nos tratamentos de reprodução assistida tem diminuído ao longo dos anos. Antes, era frequente a transferência de mais de quatro embriões, o que aumentava o risco de gravidez múltipla. Com a evolução das técnicas de reprodução assistida, as clínicas começaram a utilizar até dois embriões, mantendo a eficiência nos resultados.

“Antigamente, não havia nem sistema de congelamento adequado para a preservação de embriões. Hoje, além dos cuidados com o embrião em laboratório terem evoluído muito, a possibilidade de guardar embriões excedentes, de uma mesma coleta ovular, tem mitigado os desconfortáveis e longos ciclos de injeções diárias, ou seja, aumentou-se as chances de gestação por ciclo de estimulação ovariana”, esclarece a presidente da SBRA.

Os dados também indicam que mulheres entre 35 e 39 anos têm a mesma chance de engravidar, independentemente do número de embriões transferidos. Isso significa que o avanço dos tratamentos possibilita mais segurança e mais eficiência aos procedimentos realizados dentre mulheres com infertilidade. Além disso, a redução da quantidade de embriões transferidos nos procedimentos refletiu diretamente na ocorrência de partos duplos e triplos. Para se ter uma ideia, em 2000, a proporção de partos triplos era de 7%. Já em 2016, o percentual foi de apenas 0,6%.

A pesquisa revela, ainda, que a mortalidade perinatal nesses países foi duas vezes maior quando nasceram dois bebês: percentual subiu de 13,3% para 27%. Quando o número de nascimentos foi maior que três, quase dois terços dos bebês foram natimortos, indicando que os partos múltiplos aumentam significativamente a mortalidade perinatal principalmente por causa da prematuridade extrema do bebê e outras causas. (Com informações da Assessoria de Imprensa – Conversa | Estratégias de Comunicação Integrada)