Municípios alegam não ter vacinas da gripe suficientes para toda a população.

A campanha nacional de vacinação contra a gripe começou no dia 17 de abril e segue até a próxima sexta-feira (9), após ter o prazo prorrogado.

O técnico de telecomunicação, José Carlos Quaresma, de 56 anos, disse que procurou o posto de saúde do bairro Aquidaban, e que apesar de ter diversos problemas respiratórios, não conseguiu ser vacinado.

“Eles nos informaram que não tinha autorização e muitas pessoas estão voltando para casa sem conseguir vacinar. Já tive pneumonia e tenho problema de respiração, era pra eu ter prioridade, mas não consegui tomar. Vou continuar correndo atrás, pois é direito meu”, contou.

O dona de casa Dayane Silva, de 29 anos, também não conseguiu a dose da vacina contra a gripe no Centro Municipal de Saúde Bolívar de Abreu, no bairro Santo Antônio.

“Eles alegam que o governo não liberou e que eles não podem dar essa vacina e tem a prioridade para as crianças que ainda não tomaram a segunda dose. Deixei de fazer minhas obrigações e deixei de levar minha filha na escola. Me sinto um nada. Muitas pessoas perderam serviço s voltaram sem vacinar”, desabafou.

Vacina não será estendida para a população
Cachoeiro de Itapemirim recebeu cerca de 41 mil doses para atender o grupo prioritário que são: crianças entre seis meses a quatro anos; gestantes; mulheres que tenham realizado parto há menos de 45 dias; idosos maiores de 60 anos; doentes crônicos (mediante prescrição médica); trabalhadores da saúde; indígenas e professores das escolas do ensino básico ao superior.

O município possui 210.325 habitantes e não será possível atender toda a população, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. A coordenadora de imunização, Márcia Passabom confirmou que foram informados pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), mas as doses recebidas só serão suficientes para vacinar o público-alvo.

“Recebemos a nota da Sesa informando que nós do Espirito Santo vamos seguir a determinação do Ministério da Saúde, mas eles reiteram que as doses distribuídas foram suficientes para o público-alvo. Nós não temos essas 160 mil para atender o restante da população. Recebemos 40 mil doses para atender apenas o público prioritário”, disse Passabom.

A Secretaria de Estado da Saúde informou por meio de nota que seguirá a determinação do Ministério da Saúde de ampliar a vacinação contra a gripe para toda a população. Entretanto, ressalta que o grupo prioritário continuará tendo prioridade no atendimento nas unidades de saúde. A Sesa reitera que as doses recebidas para a Campanha Nacional eram suficientes para atender o público prioritário já definido.

Em Colatina, no Noroeste do estado, a população encontrou o mesmo problema. Muitas pessoas foram até a policlínica da cidade, mas a informação era de que as doses só serão disponibilizadas para o grupo prioritário.

"Eu fiquei sabendo que eles vão vacinar toda a população. Fiquei preocupada com a doença e resolvi procurar o posto", falou a autônoma Zenaide Sperandio.

"Meu filho mais velho não está no grupo prioritário, então vim procurar a vacina pra ele. Achei que teria", explicou a técnica de enfermagem Márcia Neves.

A coordenadora de imunização da cidade, Deisieli Fornaciari, explicou que o município não recebeu uma quantidade de doses suficiente para imunizar toda a população. "As doses são para os grupos prioritários, que são aproximadamente 36 mil pessoas. Nós não vamos ter doses remanescentes. Essa recomendação do Ministério da Saúde é para os municípios que estão com vacinas sobrando", falou.

O Ministério da Saúde informou que a recomendação foi feita para evitar o desperdício de vacinas nos municípios que sobrarem doses após a imunização dos grupos prioritários. Informou ainda que novas doses não serão enviadas aos estados.

A vacinação contra a influenza continuará restrita aos grupos prioritários em Venda Nova do Imigrante, região Serrana do estado. O motivo é o número de pessoas desses grupos que ainda não foram imunizadas.

No município, foi imunizado cerca de 80% do grupo-alvo. Por isso, ainda há pessoas desse grupo que precisam ser vacinadas.

O secretário municipal de Saúde, Tadeu Sossai, explicou que as doses recebidas pelo Município foram enviadas pelo Estado de acordo com o número de incluídos nos grupos prioritários. “O Ministério da Saúde determinou a vacinação de pessoas fora do grupo, mas não nos enviou mais vacinas. Nós não temos doses para remanejar e vacinar essas pessoas”, explicou o secretário.

(Foto: Rogério Azevedo/Prefeitura de Campos)