SAÚDE

Para evitar Zika, gestantes usam roupas longas em pleno verão no RJ.

Mesmo no calor, roupas evitam picada do mosquito transmissor do vírus.

Em 15/12/2015 Referência JCC

Devido ao aumento de casos de microcefalia no Brasil, gestantes procuram estratégias para evitar contato com o mosquito Aedes Aegypti, transmissor do Zika Virus. No Rio, mesmo no verão de 40° C, mulheres grávidas usam roupas longas para não serem picadas pelo inseto. O repelente também virou arma contra os mosquitos.

Somente no estado do Rio, foram notificados 45 casos de microcefalia entre janeiro e dezembro de 2015. Médicos confirmaram que a presença do Zika Vírus em gestantes pode causar malformação no cérebro de bebês, após surto de casos na Região Nordeste. Um dos sintomas da doença é aparição de manchas vermelhas na pela. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Rio, 341 grávidas apresentaram o sintoma entre 18 de novembro e 5 de dezembro.

A professora Camila Kolombeki, grávida de 4 meses, contou que não sai de casa sem calça comprida. Ela é moradora de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, uma das regiões mais quentes do Rio de Janeiro. Na capital do estado, a sensação térmica chegou a 44,7° C na segunda-feira (14).

“Até para dormir estou colocando legging. Aí preciso colocar o ar-condicionado e ventilador em cima, para dar conta (do calor). E mantenho a casa fechada durante o dia. Eu já vinha me prevenindo, mas, mesmo nesse calor, tenho ido trabalhar de calça. Em todos os lugares estamos tendo essa preocupação”, contou ela.

Para o doutor Luis Fernando Correia, comentarista de saúde do RJTV, a medida mais efetiva, no entanto, é combater a proliferação do mosquito. É importante não deixar água parada em recipientes como pneus, vasos de plantas e ralos.

“É importante vistoriar sua casa, conversar com seus vizinhos. Mais de 80% dos focos identificados são em ambiente doméstico. É preciso chamar sempre atenção, para focos de apartamento, como ralos de varanda. A pessoas lava varanda e o ralo vira criadouro de mosquito. Assim como a bandeja da geladeira, ar-condicionado. Armário embaixo da pia, onde as vezes ficam pequenas poças de água”, disse o doutor Luis Fernando Corrêia, comentarista de saúde do RJTV.

O doutor aproveitou ainda para desmentir informações falsas que circulam sobre prevenção ao Zika Vírus. Por exemplo, que comer alimentos ricos em vitamina B afastam o mosquito. “(Efeito) Nenhum. Isso é lenda urbana que tem mais de 30 anos. Antigamente as pessoas tomavam remédio antes de ir para acampamento. É lenda”, confirmou ele.

Uso do repelente
A atriz Carolina Pismel também tenta esquecer o calor para se proteger do mosquito. Além de utilizar roupas longas, ela usa repelentes e aplica spray contra insetos em sua casa. “Não saio de caso sem passar repelente nas partes expostas. Estou tentando usar ao máximo calça comprida, roupa comprida. Está dificil porque está muito calor. Nunca tive dengue, não costumo ir muito pra cachoeira, meio do mato. Acho até que os mosquitos não gostam muito de mim”, disse ela.

A comerciante de softwares Raquel Oliveira está com viagem marcada para Fernando de Noronha, em Pernambuco, estado onde houve o maior número de casos de microcefalia. A explicação foi a facilidade do Aedes Aegypti de proliferar no local. O repelente será indispensável para ela na viagem.

“Não tenho ido a áreas de risco. Ando na bolsa com um monte de repelentes. Estou usando este repelente que tem uma proteção de 6 horas, mas estou passando a cada 3 horas, para garantir. Passo nos membros inferiores, no braço e por cima da roupa”, disse raquel, grávida há 4 meses de um menino.

Fonte: G1-RJ