SAÚDE

Pesquisa aponta desinformação acerca do câncer de pulmão

Maior parte da população não entende o real cenário da doença.

Em 11/09/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Jornal de Uberaba - Reprodução

O câncer de pulmão, atingiu mais de 31 mil brasileiros no ano de 2018. Mesmo com números tão impressionantes, a sociedade ainda não entende, de fato, a gravidade da neoplasia. É o que mostra a pesquisa desenvolvida pelo Instituto Datafolha, com mais de 2 mil voluntários, entre pacientes diagnosticados com a doença e população em geral, em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Distrito Federal.

Dados da pesquisa indicam que, apesar de 97% da população dizer que conhece a doença, 70% acredita ser fácil diagnostica-la precocemente - o que contradiz a realidade da doença, uma vez que apenas 20% dos casos são diagnosticados cedo. Quando perguntado aos pacientes, 62% também acham que o rastreio é simples, mesmo que apenas um terço deles sejam diagnosticados no estágio 1, no qual ainda há chance de cura.

A falta de conhecimento por parte dos pacientes é ainda mais preocupante: 35% não sabe em qual estágio foi diagnosticado; e poucos conhecem tratamentos mais inovadores e recentes, como a terapia-alvo e a imunoterapia, com 9% e 17%, respectivamente. Este cenário agrava os impactos sociais, já que, segundo o estudo, 32% dos pacientes entrevistados deixaram de trabalhar por complicações da doença. Os impactos emocionais, que afetam 68% das pessoas com câncer de pulmão, são expressados por meio da angústia, susto e medo da morte.

O cenário do tabagismo

Mesmo que a exposição à poluição do ar ou agentes químicos, inalação de poeira e fatores genéticos sejam fatores de risco, o tabagismo é o principal causador do câncer de pulmão. O fato é reconhecido por 72% da população e 70% dos pacientes, que apontam o cigarro como principal fator de risco. Além disso, 95% da população entendem que o fumante passivo também é prejudicado.

Contudo, segundo a pesquisa, 29 milhões de brasileiros fumam e menos da metade daqueles diagnosticados com a doença excluíram o tabagismo de suas vidas, uma vez que apenas 48% informaram que pararam de fumar após o diagnóstico. Por outro lado, 35% desses pacientes moram com alguém que é tabagista, indicando que o fumante passivo também é suscetível à doença.

A importância da conscientização

No Brasil, esse câncer é o 2º mais incidente nos homens e o 4º mais incidente nas mulheres.  Segundo o Dra. Ana Gelatti, vice-presidente do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica, mesmo sendo uma doença silenciosa, uma vez que os sintomas nem sempre aparecem nos primeiros estágios da doença, a sociedade precisa se conscientizar sobre a questão. “Na maioria dos casos, o câncer de pulmão é evitável, já que está relacionado ao tabagismo. O importante é que as pessoas absorvam informação para se prevenirem da condição”, avalia. Segundo a pesquisa, hoje 26% dos pacientes se informa na internet.

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