SAÚDE

Silicone pode esconder nódulo de câncer na mama

Implante pode reduzir a sensibilidade da palpação durante autoexame.

Em 19/02/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A busca por melhorias no corpo tem se tornado cada vez maior, e isso reflete no aumento de cirurgias plásticas no Brasil, como o silicone. De acordo com último estudo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2016 foram feitas mais de 280 mil próteses. No entanto, o que muitos não sabem é o fato do silicone poder dificultar o diagnóstico de câncer de mama.

Somente na Região Sudeste, o implante de silicone representou cerca de 55,3% de todas as cirurgias plásticas feitas. O produto é capaz de esconder um grande risco à saúde feminina: o câncer de mama. "A prótese não é responsável pelo surgimento de um tumor. Porém, em uma mamografia, ela pode aparecer como uma imagem branca capaz de dificultar a detecção de alguma alteração mamária inicial", ressalta Cleverson Gomes do Carmo Jr., mastologista da Medquimheo.

A forma como o silicone é posicionado nos seios pode influenciar na detecção da doença precocemente. "A posição atrás do músculo diminui esta perda de sensibilidade, mas a decisão da melhor técnica deve ser individualizada e discutida entre a paciente e o cirurgião plástico”, esclarece o médico.

Mamografia e autoexame

No caso do autoexame, o mastologista explica que o ideal é realizar o procedimento uma semana após o período menstrual. “Esse hábito auxilia na detecção de ondulações, nódulos ou liberação de líquidos pelo mamilo, sendo importante tanto para mulheres com mamas normais quanto para as que têm prótese, uma vez que podem identificar alterações do silicone e até mesmo o endurecimento da mama”, detalha.

A recomendação para mulheres com o implante é a mesma para quem não possui a prótese: a mamografia é obrigatória a partir dos 40 anos. Outros recursos estão disponíveis para a investigação preventiva em pacientes com silicone, e o mastologista é recomendado para indicar a melhor opção.

Sobre o câncer de mama

No último sábado (03), o Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou a estimativa para novos casos de câncer de mama até o fim do ano. Em 2018, é esperado mais de 59 mil ocorrências. A região Sudeste ficou em 2º lugar com alta frequência no Brasil, cerca de 69,60/100 mil.

(Foto: Divulgação)