Trabaladores estão expostos as substâncias que causam câncer ocupacional.

No Dia do Trabalhador, comemorado, agora, 01 de maio, o Espírito Santo assim como todo o País ainda não se atentou para o câncer ocupacional, que é provocado por exposição às substâncias químicas, como o amianto, altamente utilizado na indústria da construção civil (pisos vinílicos, telhas, caixas d’água, divisórias, forros falsos, tubulações, cimento-amianto). Trabalhadores capixabas e até mesmo a sociedade está constantemente exposta às substâncias cancerígenas, como acontece na Capital, onde os resíduos das indústrias de ferro e aço ficam no ar. Outros que estão expostos as neoplasias do trabalho, são os agricultores, que fazem uso de agrotóxicos agrícolas com substâncias proibidas inclusive, o Estado é hoje o que tem mais registro de intoxicação por uso desses produtos.

A situação reflete o descaso com os trabalhadores, e a deficiência do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), em fiscalizar essas irregularidades nas indústrias. Ainda é muito comum que as indústrias informem aos funcionários que as substâncias que eles manipulam, não é toxica.  “Os trabalhadores não imaginam que a exposição aos agentes químicos pode causar tumores malignos e quadros de intoxicação”, afirmou Kítia Perciano, oncologista do Neon (Núcleo Especializa em Oncologia).

Geralmente a absorção de substancias químicas acontece, pela derme e pelas vias respiratórias, a longo prazo (podendo apresentar sintomas após 30 anos), náuseas, vômitos, dores de cabeça e dores respiratórios podem ser sentidas sem que um médico consiga diagnosticar um câncer ocupacional.  De acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), tumores malignos de bexiga, pulmão e mesotelioma são os mais frequentes, em relação às atividades profissionais. Outro câncer que lidera no País, e pode ser associado a diversas profissões é o câncer de pele, trabalhadores da construção civil, agricultura, profissionais que trabalham em portos e praias, carregadores, e ambulantes estão em contato direto com o sol, e nem sempre percebem o risco que correm, por não se proteger adequadamente.

“Não há níveis seguros de exposição aos agentes cancerígenos. É fundamental que sejam adotadas ações para reduzir o adoecimento dos trabalhadores em razão do seu ambiente laboral”, explicou a oncologista, do Neon. 

Saiba mais:

>>Em 2012 o Inca (Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva) relacionou 19 tipos de cânceres.

>> Exposição ao amianto aumenta o risco de câncer de pulmão e bexiga e contato frequente com agrotóxicos pode causar leucemia.

>> Trabalhadores da construção civil o risco é aumentado pelo contato diário com agentes químicos provenientes do cimento e das tintas, mais a aspiração da poeira da madeira e de metais pesados.

>> As indústrias da madeira, do couro, dos metais, e do aço, são reconhecidas como cancerígenas pelo Inca.

>> O "mesotelioma de pleura", um tipo de tumor maligno no pulmão, é considerado um câncer ocupacional por excelência, já que estudos mostram que entre 70% e 95% das pessoas que desenvolveram a doença estiveram expostas ao amianto no trabalho.

>> O Brasil está entre os cinco maiores produtores de amianto, no mundo. Não há fiscalização que regule o uso da substância no País. Pelo menos seis estados, tem leis que proíbem o uso, inclusive o Espírito Santo.

 >> Um relatório feito pela OMS, em 2014 mostrou Vitória, em 794º lugar numa lista de 1.600 cidades mais poluidoras do mundo.

Por TCT Comunicação