CULTURA

Um Antonioni adaptado de romance de Cesare Pavese

O filme é a atração desta segunda, 15, no Cineclube do Arte 1, às 23 h.

Em 15/06/2020 Referência CCNEWS, redação Multimídia

Foto: Reprodução/omelhordocinemaitalianoluisatodi.blogspot.com

Raras vezes em sua carreira Michelangelo Antonioni foi um adaptador. Trabalhou quase sempre com material original. Uma dessas exceções foi em 1955, quando se voltou para o escritor Cesare Pavese e fez As Amigas. O filme é a atração desta segunda, 15, no Cineclube do Arte 1, às 23 h.

É curioso que, nesta segunda, a série de westerns do Telecine Cult também apresente, às 23h50, o clássico Johnny Guitar, de Nicholas Ray. Nada a ver com Antonioni. Tudo a ver? Ray radicaliza as disputas entre mulheres por meio do duelo de Joan Crawford e Mercedes McCambridge, e de quebra investe contra a maioria silenciosa do macarthismo. O ano era 1954.

No ano seguinte, na Itália, Antonioni, que já vinha investigando o universo feminino, valeu-se de Pavese, Tra Donne Sole, para voltar ao tema. Mulheres entre elas. Uma loja de modas em Turim – a cidade onde o escritor morreu, em 1950 -, um suicídio por amor e as mulheres contemplam o vazio e a superficialidade de suas vidas. Eleonora Rossi Drago, Valentina Cortese, Madeleine Fischer e Gabriele Ferzetti, com quem Antonioni faria A Aventura, em 1959. Muito interessante a forma como ele ‘esvazia’ dois atores de Federico Fellini, Franco Fabrizi e Yvonne Furneaux, que também estão no elenco. (EC - Com informações do jornal O Estado de S. Paulo).