SAÚDE

Vitória disponibiliza órteses de forma individual para idosos

Dentre diversos serviços voltados para os idosos, o Crai confecciona e disponibiliza órteses

Em 14/06/2023 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Divulgação/PMV

A confecção das órteses é feita com termoplástico, um material moldável a altas temperaturas, totalmente fornecido pela Secretaria Municipal de Saúde de Vitória (Semus) ao Centro de Referência.

Vitória conta com uma robusta rede de atenção à saúde para a população idosa, cujo principal objetivo é assegurar o envelhecimento ativo e saudável a essas pessoas. Contudo, como estudos indicam que a maioria das limitações físicas, cognitiva e sensorial acontecem entre pessoas idosas, a capital oferta para esse público um serviço de atenção especializada: o Centro de Referência de Atenção ao Idoso (Crai).

Dentre diversos serviços voltados para os idosos, o Crai confecciona e disponibiliza órteses, de forma individual e personalizada. Elas são destinadas aos que apresentam agravos e comprometimentos em sua autonomia e independência, normalmente por doenças incapacitantes comuns no envelhecimento, como o Parkinson e Acidente Vascular Encefálico (mais conhecido como AVC ou derrame), por exemplo.

Segundo a terapeuta ocupacional Kellen Marra Leal, as órteses confeccionadas no Crai promovem e ampliam as potencialidades de independência funcional desses pacientes na execução das atividades de vida diária necessárias ou significativas para eles, tais como alimentar-se, trocar de roupa, fazer compras, dentre outras.

"As órteses aceleram o processo de reabilitação dos membros superiores permitindo que o paciente retorne com as funcionalidades da mão, por exemplo, mais rapidamente. Contudo, esse aparelho não é pra todos os casos. Cabe ao Terapeuta Ocupacional observar se a órtese vai realmente beneficiar o paciente e então confeccionar o dispositivo", explica Kellen.

Órteses

A confecção das órteses é feita com termoplástico, um material moldável a altas temperaturas, totalmente fornecido pela Secretaria Municipal de Saúde de Vitória (Semus) ao Centro de Referência. Quando na forma maleável, o material pode ser recortado e moldado diretamente no braço ou mão da pessoa idosa, algo difícil de ser encontrado no mercado, uma vez que as lojas que comercializam esse tipo de produto vendem peças padronizadas, em tamanhos como P, M ou G, o que não garante o ajuste perfeito às necessidades de todas as pessoas.

"Precisamos observar os objetivos da órtese, mas também devemos conhecer a anatomia da mão, os movimentos complexos e coordenados que a mão e os dedos fazem para planejar a peça corretamente. Além disso, por exemplo, numa fratura de punho, é preciso ampliar aos poucos os movimentos de punho e, por isso, a órtese vai sendo adaptada a cada etapa desse processo, enquanto o paciente é acompanhado nesse tratamento", explica terapeuta ocupacional Adriana de Liporatti.

As profissionais afirmam que as órteses sempre melhoram as condições do paciente, mesmo que não totalmente, elas influenciam positivamente no tratamento.

"Quando há uma lesão cerebral que influencia na parte motora e sensorial, como num AVC, por exemplo, as mãos tendem a ficar fechadas, criar deformidades e dificultar até a higiene da mão. A órtese ajuda o cérebro a lembrar de que aquela mão precisa ficar aberta, melhorando a consciência corporal, contribuindo também para outros movimentos do corpo, especialmente do lado prejudicado pelo AVC", aponta Kellen.

Adriana complementa dizendo que, mesmo que a mão não volte a ter a força de antes, o fato dela poder continuar desempenhando alguma função, mesmo que simples, vai influenciar na autoestima da pessoa.

"A órtese ajuda a prevenir deformidades, dores, desconfortos e feridas na mão. Isso com certeza influencia na autoestima da pessoa também, com a mão aparentemente funcional. Mesmo se ela precisar usar um andador, ter uma mão que possa ficar aberta vai ajudar no apoio", esclarece.

Dentre tantos pacientes já atendidos pelas profissionais, está Maria Rosélia Quintiliano Barbosa, 74 anos, moradora da Ilha de Santa Maria. Ela foi encaminhada ao Crai após um AVC, em 2021 e afirma que a órtese ajuda a manter sua mão mais aberta.

"Depois que comecei a usar a prótese, a mão ficou mais aberta. Antes os dedos ficavam duros, juntavam um no outro. Isso não acontece mais", conta.

Helena Barbosa, 67 anos, é irmã e cuidadora de Maria Rosélia. Ela confirma que o aparelho tem ajudado na rotina de cuidado "ajudando a mão a abrir mais fácil, conseguimos manejar facilmente também", disse. 

Crai

Atualmente, o Crai funciona no 3° andar do prédio do Centro Municipal de Especialidades de Vitória (CME), no bairro Mário Cypreste.

O encaminhamento ao Crai é feito por médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Vitória, do território onde a pessoa idosa reside, sendo precedido de avaliação clínico-funcional, realizada pela equipe da Atenção Básica responsável por seu acompanhamento.

No Centro de Referência, a pessoa idosa passa por avaliação inicial, quando é definido o plano de cuidados, com propostas de intervenção de acordo com as demandas e necessidades apresentadas.

O tratamento é realizado por equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por geriatras, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionista, fonoaudiólogo, terapeutas ocupacionais, auxiliares e técnicos de enfermagem.

Após melhora ou estabilização do quadro clínico, a pessoa idosa recebe alta do serviço retornando à UBS de origem para continuidade do acompanhamento. (Secom/PMV)

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