POLÍTICA NACIONAL

Alegando problema de saúde, Pazuello pede para deixar saúde

O nome da cardiologista e intensivista Ludhmila Abrahão Hajjar para o MS ganha força..

Em 14/03/2021 Referência CCNEWS, Redação Multimídia

Foto: Reprodução/Folha de São Paulo-UOL

Parlamentares sugerem o nome da cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar para o Ministério da Saúde. Ela tem reforçado o que diz a comunidade científica, defendendo vacina e medidas de isolamento social e dizendo que não há tratamento para Covid-19.

O aumento no número de casos e mortes por covid-19 em todo o País levou à queda de mais um ministro da Saúde. Dessa vez foi o ministro Eduardo Pazuello, que alegou problemas de saúde e que precisaria de mais tempo para se reabilitar, segundo O Globo. Desde o início da pandemia, este é o quarto ministro que deixa o cargo.

O pedido de afastamento coincide com o auge da pressão de deputados do Centrão, que pleiteiam mudança no comando da Pasta por considerarem que há má gestão durante a pandemia.

A entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o estopim para a queda do ministro. As críticas do ex-presidente à condução da pandemia pressionaram o presidente Jair Bolsonaro a buscar ações mais duras no combate à pandemia.

No mesmo dia após a fala de Lula, Bolsonaro apareceu em um pronunciamento usando máscara e com declarações em defesa da vacina. O general Eduardo Pazuello, que já vinha sofrendo críticas por parte de uma ala militar, não resistiu ao avanço da pandemia e neste domingo veio a informação de que ele deixaria o ministério.

De acordo com O Glogo, pessoas próximas ao presidente já entraram em contato com dois médicos cardiologistas cotados para substituir Pazuello: Ludhmilla Abrahão Hajjar, professora associada da USP, e Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

"Com fator Lula, aliados cobram de Bolsonaro rearranjo de ministérios e querem médica na vaga Pazuello"

Aliados do presidente Bolsonaro defenderam nos últimos ao presidente e a integrantes do Palácio do Planalto que seja feito um “rearranjo” de ministérios — começando pela troca urgente do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para que o governo consiga se preparar politicamente à oposição do ex-presidente Lula, que voltou ao tabuleiro eleitoral na semana passada.

Partidos do Centrão e integrantes do MDB do Senado, por exemplo, defendem políticos para vagas como o Ministério da Educação, Ministério de Relações Exteriores, Minas e Energia — além da "cozinha" do Planalto, como Casa Civil e a própria Secretaria de Governo.

Hoje, todos esses cargos estão ocupados por nomes escolhidos pelo presidente sem participação de partidos – e pertencem ou à chamada ala ideológica ou ao grupo de militares do governo.

Parlamentares ouvidos pelo blog avaliam junto ao Palácio do Planalto que, por conta do agravamento e da cobrança por solução na pandemia, o primeiro a ser trocado precisa ser Pazuello, e sugerem o nome da médica Ludhmila Abrahão Hajjar. A cardiologista e intensivista, segundo o blog apurou, está dedicada a vários projetos acadêmicos em andamento e ainda não recebeu nenhum convite oficial do governo. No entanto, tem apoio político de diferentes partidos, como DEM e PP, e interlocução com ministros do Supremo Tribunal Federal.

Se assumir, acreditam políticos ouvidos pelo blog, o governo será obrigado a fazer uma guinada, de fato, na política de saúde — uma vez que não acreditam que ela se curvará ao negacionismo do presidente.

Em 2020, ela fez parte da comissão que se reuniu com presidente Bolsonaro para discutir a cloroquina. O grupo falou sobre a falta de evidência da droga, mas Bolsonaro ignorou.

Ela também disse, em entrevistas no ano passado, que “cloroquina não é vacina”, que a realidade científica era a de que não existe tratamento padrão para a Covid e que a melhor estratégia para evitar transmissão era intensificar as medidas de isolamento.

Ou seja, na contramão do que defende, até aqui, o governo Bolsonaro — que faz críticas a governadores que recomendam o isolamento e defende a cloroquina para tratamento precoce em casos de Covid.  (Redação - IstoÉ Dinheiro - G1)

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