CIÊNCIA & TECNOLOGIA

Astrônomo que "matou" Plutão vê sinal de novo planeta no Sistema Solar.

Astro seria 10 vezes mais maciço do que a Terra, com órbita de 15 mil anos.

Em 20/01/2016 Referência JCC

Uma análise na órbita de objetos na periferia do Sistema Solar, na zona habitada por Plutão, sugere a existência de um planeta grande, do tamanho de Netuno, a uma distância até 200 vezes maior que aquela entre a Terra e o Sol.

Não é a primeira vez que um astrônomo propõe a existência de um "Planeta X", mas desta vez a alegação parte de um cientista altamente prestigiado no meio. Michael Brown, do Caltech, foi o primeiro a enxergar Sedna, o planeta-anão cuja descoberta culminou no rebaixamento de Plutão.

Em artigo científico publicado na edição desta quarta (20) do periódico "The Astronomical Journal", Brown apresenta os cálculos para sua alegação, realizados junto de seu colega Konstantin Batygin.

Segundo a dupla, a presença de um astro desse porte, com 10 vezes a massa da Terra, é a única maneira sensível de explicar o alinhamento de objetos observados no cinturão de Kuiper, a zona de planetas anões e pedregulhos gigantes que orbitam o Sol além de Netuno.

"Posições e planos orbitais dos objetos são confinados a um espaço restrito, e tal agrupamento possui uma probabilidade de apenas 0,007% de ocorrer por acaso", afirmam os cientistas no trabalho em que advogam a existência do novo astro. "A existência de um planeta assim explica a presença de objetos como Sedna, de grande periélio."

Brown já começou a usar o telescópio japonês Subaru, em Mauna Kea, no Havaí -- um dos maiores do mundo -- para tentar procurar o novo astro na zona orbital onde acredita que ele esteja. Sua órbita completa ao redor do Sol duraria cerca de 15 mil anos.

Por enquanto, esse é o único grande observatório engajado na busca. Astrônomos que comentaram o novo trabalho para revistas internacionais como "Science" e "Nature", porém, afirma que as contas apresentadas no artigo são convincentes, e devem desencadear uma busca pelo novo planeta.

Fonte: G1