SAÚDE

Atraso no envio do IFA para a Fiocruz altera plano de vacinação

As dificuldades estão na turbulência que afeta a relação diplomática entre o Brasil e a China.

Em 03/02/2021 Referência CCNEWS, Redação Multimídia

Foto: Reprodução Youtube/Jornal Nacional

O anúncio da chegada de nova remessa de IFA da Sinovac levanta uma questão: por que a China libera a saída do componente principal de uma vacina para o Instituto Butantan, mas não libera o IFA de outra vacina para a Fiocruz?

Uma fábrica capaz de produzir até 1,4 milhão de vacinas por dia em compasso de espera. No fim de janeiro, venceu o prazo para a chegada do primeiro lote do ingrediente farmacêutico ativo que renderia 7,5 milhões de vacinas da Oxford/AstraZeneca e ainda não há uma data confirmada de envio deste IFA da China para a Fiocruz.

A Fiocruz afirmou que o atraso do IFA vai alterar o cronograma de vacinação da população brasileira.

Uma fábrica capaz de produzir até 1,4 milhão de vacinas por dia em compasso de espera. No fim de janeiro, venceu o prazo para a chegada do primeiro lote do ingrediente farmacêutico ativo que renderia 7,5 milhões de vacinas da Oxford/AstraZeneca e ainda não há uma data confirmada de envio deste IFA da China para a Fiocruz.

A carga que atrasou é apenas a primeira de 14 remessas previstas. Pelo contrato, um novo lote de insumos deve chegar da China a cada duas semanas. Mas agora, sem data confirmada para começar a receber o ingrediente principal, a Fiocruz admite que haverá impacto no cronograma de produção das vacinas.

As primeiras vacinas fabricadas pela Fiocruz deveriam ser liberadas para distribuição na semana que vem. Apesar do atraso, o plano de produção está mantido, com 100 milhões de doses da Oxford/AstraZeneca até julho.

Alternativas

A ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização Carla Domingues afirma que é preciso investir em alternativas.

“Nós estamos vendo outras vacinas que estão tendo estudos de fase 3 conclusivos, com eficácias adequadas, então precisamos pensar, nesse momento, em ter mais doses”, diz

O anúncio da chegada de nova remessa de IFA da Sinovac levanta uma questão: por que a China libera a saída do componente principal de uma vacina para o Instituto Butantan, mas não libera o IFA de outra vacina para a Fiocruz?

Turbulência

A resposta para o professor de Direito Internacional Evandro de Carvalho, que coordena o Núcleo de Estudos Brasil-China da Faculdade Getúlio Vargas, está na turbulência que afeta a relação diplomática entre os dois países.

“Uma parcela do governo brasileiro tem assumido uma postura, eu diria, hostil em relação à China. É preciso que o governo sinalize claramente que quer estabelecer com a China uma relação madura, diplomática, despolitizada, visando os interesses mútuos. O Brasil só tem a ganhar com isso”, explica.

Nós pedimos informações ao Palácio do Planalto, ao Ministério da Saúde, ao Itamaraty e à Embaixada da China sobre as negociações entre os dois países para o envio do IFA, mas não recebemos nenhuma resposta. A AstraZeneca declarou que continua trabalhando para liberar os lotes planejados para a vacina o mais rápido possível e não previu nenhuma data para chegada do IFA. (G1/Jornal Nacional)