SAÚDE

Ciclo menstrual, gestação e menopausa podem afetar labirinto

As principais doenças do labirinto são Vertigem Posicional Paroxística Benigna e Ménière.

Em 10/03/2023 Referência CCNEWS, Redação Multimídia

Foto: Divulgação/Internet/(Reprodução/Daniela Janolli)

Alterações hormonais podem resultar no comprometimento do equilíbrio dos fluidos labirínticos, afirma especialista do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia.

Localizado na porção mais interna do ouvido, o labirinto é um dos principais órgãos responsáveis pelo equilíbrio corporal, trabalhando em conjunto com o sentido da visão e a propriocepção (capacidade do corpo de perceber e reconhecer a posição, movimento e orientação de seus membros, sem precisar da visão).

As variações hormonais femininas podem ter uma relação com as doenças labirínticas, que afetam o equilíbrio e a audição. Durante o ciclo menstrual, os níveis de estrogênio e progesterona podem afetar o sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio, e a cóclea, responsável pela audição.

Conforme o otorrinolaringologista do Hospital Paulista, Dr. Ricardo Dorigueto, as principais doenças do labirinto que podem ser influenciadas pelo controle hormonal feminino são Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), um distúrbio da orelha interna que causa crises de vertigens desencadeadas por determinadas mudanças na posição da cabeça; e doença de Ménière, caracterizada por ataques recorrentes de vertigem espontânea, perda de audição e zumbido. Essa última ocorre devido ao aumento da pressão dos líquidos da orelha interna.

Especificamente nas mulheres, segundo ele, as alterações hormonais que ocorrem no ciclo menstrual, gestação e menopausa podem resultar no comprometimento da homeostase (equilíbrio) dos fluidos labirínticos, agindo diretamente nos processos enzimáticos e na atuação de neurotransmissores.

“Os nossos hormônios atuam em todo nosso corpo e, claro, que uma mudança nos seus níveis pode acarretar sintomas num órgão tão sensível quanto o labirinto”, explica o médico.

Artigo publicado pela Revista Brasileira de Otorrinolaringologia corrobora com a tese, ressaltando que, no ciclo menstrual regular, ocorrem variações nos níveis de hormônios esteroides ovarianos, estrógeno e progesterona, conforme as fases do ciclo.

“No labirinto, temos um líquido que precisa estar bem equilibrado na quantidade de suas substâncias para o bom funcionamento do ouvido. E é exatamente aí que o hormônio atua e, em algumas pessoas, pode desencadear sintomas de instabilidade, sensação de cabeça vazia ou como se andasse flutuando, além de zumbido e intolerância aos sons”, ressalta Dr. Dorigueto.

Esses sintomas, relacionados ao ciclo menstrual e à gravidez, se devem em geral à progesterona que leva a um aumento de água e sódio, podendo gerar um aumento da pressão dentro do labirinto e causar sintomas parecidos com a síndrome de Ménière, assim como as alterações hormonais, particularmente durante a menopausa, aumentam a incidência de VPPB em mulheres. A provável fisiopatologia, segundo o especialista, está relacionada aos receptores de estrogênio na orelha interna.

“Devido à retenção de sódio e à hipertensão endolinfática, é na fase lútea (última fase do ciclo menstrual) que podem ser observados quadro de hidropisia labiríntica” afirma o médico.

O especialista finaliza destacando que, como é comum confundir as doenças do labirinto, é necessário que o paciente realize uma consulta com um otorrinolaringologista para garantir o correto diagnóstico e tratamento adequado. (Por Missieli Rostichelli/AsImp)

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