AGROPECUÁRIA

Doença nos cascos afeta produção e bem-estar dos bovinos

Essas doenças são responsáveis por 60% dos casos de claudicação em gado, diz Embrapa.

Em 23/03/2022 Referência CCNEWS, Redação Multimídia

Foto: Divulgação/Syntec

Problemas nos cascos, como a Doença da Linha Branca, afetam o bem-estar dos bovinos e as finanças da fazenda

Problemas nos cascos estão entre os principais problemas que prejudicam o bem-estar dos bovinos. De acordo com a Embrapa, essas doenças são responsáveis por 60% dos casos de claudicação em gado.

“Alterações nos cascos afetam diretamente a rotina do rebanho, pois as fortes dores impedem que os animais se movimentem normalmente. Muitas vezes, eles também deixam de se alimentar de maneira adequada e, assim, há comprometimento de toda a funcionalidade do corpo”, alerta o médico veterinário Thales Vechiato, gerente nacional de produtos para grandes animais da Syntec do Brasil.

Entre as principais doenças dos cascos estão laminite, úlcera de sola, dermatite digital, erosão de talão, hiperplasia interdigital, pododermatite circunscrita, podridão de casco e uma doença conhecida popularmente como a Doença da Linha Branca, que se dá na separação da sola e da parede da borda da sola dos animais.

“O córion – estrutura do casco bastante vascularizada – é afetado e infectado a partir dessa fissura, causando abcessos na subsola e, em casos mais graves, pode afetar as articulações”.

Vechiato informa que “essas afecções podais são multifatoriais, ou seja, podem estar relacionadas a problemas de manejo sanitário e nutricional, questões ambientais e até reprodutivas, uma vez que deficiências nos aprumos dos animais (pernas e pés) podem ter origem genética”.

Outro ponto importante a levar em consideração para definir a causa dos problemas nos cascos dos bovinos é o tipo do piso da fazenda.

“Nas propriedades com piso de terra, há formação de lama ou barro e isso dificulta a atividade no período chuvoso. Quando existe umidade no piso, os desafios são maiores, pois as lâminas do casco acabam amolecendo, deixando os animais predispostos a traumatismos”, explica o especialista da Syntec do Brasil. Já quando o piso é de cimento ou de pedra, os cascos estão sujeitos a deformidades, já que a movimentação cotidiana no concreto lixa o casco com mais facilidade, tornando-o desigual. “Essa deformação causa problemas locomotores e até articulares”, diz Vechiato.

O criador também pode ajudar, estando atento aos sinais do gado, como claudicação, dor, dificuldade de levantar e acúmulo de pus embaixo da sola do casco.

“A dor forte faz com que o animal manque, reduzindo sua capacidade de locomoção. No caso de vacas leiteiras, essa dificuldade de andar e, por consequência, de se alimentar, pode até reduzir a produção de leite, causando grandes prejuízos econômicos à propriedade".

Além disso, é sempre importante ter apoio de profissionais. Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás identificaram que um dos principais fatores para o desenvolvimento de doenças nos cascos dos bovinos é a falta de acompanhamento técnico do rebanho.

“Sempre falamos sobre a importância de se ter um médico veterinário que conhece o dia a dia da fazenda. Ele também ajudar a prevenir doenças e, principalmente, resolve os problemas quando eles surgem”, diz Thales Vechiato.

Para o tratamento da Doença da Linha Branca, a indicação é para o uso do anti-inflamatório Maxitec Injetável, da Syntec do Brasil.

“Maxitec proporciona alívio rápido das inflamações e das dores, com mais conforto aos bovinos. Por ter maior concentração do princípio ativo meloxicam, exige menor volume por aplicação, além de oferecer excelente custo-benefício”, explica Vechiato.

Para casos mais graves que exijam antibiótico, o especialista sugere Oxitetraciclina L.A. 20%, que proporciona ação prolongada em uma única aplicação. 

"A medicação deve obedecer a orientação por peso. É preciso atenção, pois a aplicação não deve passar de 20ml por local de aplicação", assinala o especialista..

Doses maiores devem ser divididas em dois ou mais pontos, de acordo com a orientação do veterinário. Mas o resultado é excelente. (Por Fernanda Souza - AsImp)

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