ESPORTE NACIONAL

Efeito Tardelli x esquerda mortal: Galo x Flamengo no Futebol 2.0

Rubro-Negro venceu o primeiro jogo por 2 a 0 e tem vantagem

Em 05/11/2014 Referência JCC

Um jogador que se multiplica em campo contra uma equipe de vocação canhota. Nesta quarta-feira, Atlético-MG e Flamengo duelam no Mineirão pela semifinal da Copa do Brasil. No primeiro confronto, no Maracanã, o Rubro-Negro venceu por 2 a 0. Para conquistar a vaga na final, o Galo do “liso”  Diego Tardelli  precisa vencer por três gols de diferença. O Flamengo dos ataques pela esquerda se classifica com um empate, uma derrota por um gol ou derrota por dois gols tendo marcado. O placar de 2 a 0 em favor dos mineiros leva a disputa para os pênaltis.

O GloboEsporte.com analisou as principais jogadas das duas equipes. Confira os pontos fortes de Atlético-MG e Flamengo no Futebol 2.0.

ATLÉTICO-MG


Referência do Atlético-MG após a saída de Ronaldinho Gaúcho, Tardelli não costuma ficar preso na área. Sequer se limita ao campo de ataque. Para escapar da marcação e construir jogadas, muitas vezes recua e busca a bola antes da linha do meio de campo. Com os zagueiros de frente, tem a vantagem da escolha: pode utilizar tabelas para sair de frente para o gol ou deixar um companheiro em condições de marcar.

Como não tem posição fixa, Tardelli anula a marcação individual e confunde a defesa adversária. Acompanhado de jogadores rápidos e de bom passe, como Dátolo, Guilherme e Luan, ele costuma causar problemas ao construir a jogada e receber a bola já na área, sem a sombra de um zagueiro. Vanderlei Luxemburgo reconheceu as dificuldades de parar o ataque do Galo e classificou os alvinegros de “lisos”.

- O trio de meias gira em torno de Tardelli, que abre pelo lado quando Carlos e Maicosuel invertem. Time intenso e que não abdica do ataque pelo chão - analisou Leonardo Miranda, do blog Painel Tático.

Na primeira partida contra o Flamengo, o atacante também recuou para buscar o jogo. Das 28 vezes que foi acionado e efetuou passes certos, em 27 ele estava fora da grande área. Do total, recebeu a bola na linha do meio de campo em 16 oportunidades. Faltou a Tardelli, contudo, invadir a área rubro-negra para fazer companhia à Carlos. Foram apenas duas finalizações, sempre de fora da área.

- Procuro me movimentar bastante. Essa é minha característica no Atlético-MG, por tudo que passei. Consigo me movimentar, conduzir a bola, fazer gol, atuar como meia. Acho que é a confiança que venho adquirindo. O time acredita em mim, a torcida me apoia sempre. Hoje, se sou a referência, é porque algo de bom eu fiz no clube - declarou o atacante.

FLAMENGO


Uma jogada aparentemente comum, mas que se repete com a frequência necessária para evidenciar um hábito. Quando a defesa do Flamengo consegue um desarme, o primeiro objetivo é procurar o companheiro que está na esquerda do ataque, atrás do lateral adversário, para um lançamento em velocidade. Foi desta forma que Gabriel sofreu o pênalti que originou o segundo gol rubro-negro no primeiro duelo das semifinais da Copa do Brasil.

Os contra-ataques do Flamengo pela esquerda têm alvos em comum. Éverton, Gabriel e Nixon são os jogadores que se posicionam no setor para puxar as jogadas em velocidade. Habilidosos, os dois primeiros são os principais responsáveis pelos contragolpes cariocas. 

- O 4-4-2 simples de Luxa é forte pela esquerda, quando Gabriel inverte com Éverton e abre espaço para os cruzamentos de João Paulo. O contragolpe é forte arma - ponderou Leonardo Miranda.

Além das jogadas em velocidade com Gabriel e Éverton, o Flamengo tem também na esquerda o lateral João Paulo. Os cruzamentos na direção de Eduardo da Silva viraram uma arma importante. Na Série A, a parceria resultou em quatro gols. Contra o Galo, na última semana, João Paulo foi o lateral mais acionado no campo ofensivo. Recebeu quatro bolas em condição de cruzamento, contra apenas uma de Léo Moura. Com os avanços de Marcos Rocha, os ataques pela esquerda se tornam ainda mais importantes para o Fla nesta quarta-feira.

- Trabalho bastante a jogada de lado, chegando gente na área. O João Paulo, que era muito contestado, tem um passe preciso, assim como o Pico. Não é cruzamento jogar a bola na área. É passe. Tem que levantar a cabeça e olhar. Treinamos essa chegada. O Léo também fez um para o Luiz Antonio. É mérito dos jogadores - afirmou o técnico Vanderlei Luxemburgo.

Veja abaixo as movimentações de Fla e Galo para o jogo decisivo. No Flamengo, Luiz Antônio ainda não sabe se poderá jogar na lateral, com dores no ombro. Léo pode ser o substituto de Léo Moura, lesionado.

Fonte:GloboEsporte