POLICIA

Fundador da Ricardo Eletro é preso por sonegação fiscal

Operação do Ministério Público de Minas Gerais e da Receita prendeu Ricardo Nunes.

Em 08/07/2020 Referência CCNEWS, Redação Multimídia

Foto: Reprodução/Cidades na Net

Chamada de "Direto com o Dono", a operação cumpre três mandados de prisão e 14 de busca e apreensão em diversas cidades do país.

Uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (8) pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pela Receita prendeu o empresário Ricardo Nunes, fundador e ex-principal acionista da rede varejista Ricardo Eletro. Segundo a GloboNews, a filha de Ricardo, Laura Nunes, e o irmão dele, Rodrigo Nunes, foram presos na região metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com a emissora, a operação investiga se houve sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

Chamada de “Direto com o Dono“, a operação cumpre três mandados de prisão e 14 de busca e apreensão em diversas cidades do país e também mira outros empresários do ramo de eletrodomésticos. De acordo com os investigadores, mais de R$ 400 milhões foram sonegados.

A Ricardo Eletro é uma das principais varejistas de móveis e eletrodomésticos do Brasil e é a principal bandeira do grupo Máquina de Vendas, fundado em 2010 com fusão da Ricardo Eletro (Sudeste), Insinuante (Nordeste), City Lar (Norte), Eletro Shopping (Nordeste) e Salfer (Sul).

A companhia faturou 2 bilhões de reais em 2019 e previa faturar 2,6 bilhões em 2020, antes da pandemia. Nas últimas semanas, vinha reforçando sua operação online em meio à pandemia do coronavírus. A companhia tem 2.400 vendedores e 300 lojas.

A Máquina de Vendas nasceu para unir varejistas regionais e fazer frente a companhias que hoje são sucesso na bolsa, como Via Varejo e Magazine Luiza. Mas as sinergias esperadas não deram resultado e a empresa acumulou prejuízos desde 2014 e, em 2018, entrou em recuperação extrajudicial. Em 2017, a Máquina de Vendas havia faturado 5,5 bilhões, depois de fechar 600 pontos de venda no ano anterior.

As dívidas somavam 2,5 bilhões de reais. No processo, a gestora brasileira Starboard negociou um acordo para comprar 72,5% da Máquina de Vendas por 250 milhões de reais. Nunes era, então, o maior acionista da companhia, com 55% das ações. (Exame)