MEIO AMBIENTE

Governo criou centro em Brasília para combater óleo em praias

Medida foi anunciada ontem, 2 meses após aparecimento das manchas de óleo.

Em 27/10/2019 Referência JCC, Redação

Foto: Versátil News - Reprodução

Quase dois meses depois do início do desastre ambiental nas praias do Nordeste, o governo federal decidiu reunir em Brasília os órgãos que estão combatendo as manchas de óleo.

A estrutura é a mesma que já era utilizada até setembro no Ministério da Defesa para as ações de combate a focos de incêndio na Amazônia.

O grupo, formado por integrantes da Marinha, Ibama e da Agência Nacional de Petróleo, começou a trabalhar neste sábado (26). O objetivo é ampliar a capacidade de comando e controle das operações.

"Vindo pra Brasília nós temos condições de falar também com outras capitanias dos portos da Marinha em outros estados e, com isso, a gente tem mais uma amplidão de controle em todos os outros estados", disse Alte Puntel, comandante de Operações Navais.

A decisão de transferir cerca de 30 pessoas para a sala de monitoramento em Brasília é tomada quase dois meses depois dos primeiros casos de óleo na costa do Nordeste. Ambientalistas dizem que o governo agiu devagar.

"O governo demorou pra dar o tipo de resposta necessária pra lidar com uma emergência como essa, que é a maior catástrofe ambiental já ocorrida em toda a nossa história costeira marinha do Brasil", disse a gerente dos Programas Mata Atlântica e Marinho da WWF-Brasil, Anna Carolina Lobo

"Se o Palácio do Planalto tivesse dado da devida importância ao problema, isso deveria ter feito nos primeiros dias de setembro, quando já se tinha a ideia da dimensão, porque eram muitos locais onde as manchas estavam aparecendo, as pessoas, no chão, na praia, pescadores, marisqueiros, voluntários, pessoas que vivem nas comunidades estavam enfrentando sozinhas, sem nenhuma orientação, literalmente na unha, na mão", disse Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.

'Acidente totalmente atípico'

O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, defendeu a ação do governo: "Esse é um acidente totalmente atípico, não é aquele acidente que você recebe um alerta e a partir daí aciona as medidas de contingência necessárias, porque não houve alerta, é uma mancha de óleo que ela é randômica, ela vem por baixo d´água, não há forma de você fazer uma detecção dela. Você só tem consciência que ela está atingindo quando ela bate na praia".

Centros em atividade

Os centros operacionais em Salvador e Recife vão continuar em atividade porque estão próximos às áreas em que há registros mais recentes do óleo.

O Comando da Marinha no Rio de Janeiro também continuará apoiando as investigações em busca da origem do vazamento do óleo. - G1