ECONOMIA NACIONAL

Ibovespa recua com cautela por cenário político.

Do exterior, a China voltou a trazer desconforto após alguma trégua recente.

Em 18/08/2015 Referência JCC

A Bovespa caminhava para a sexta queda consecutiva nesta terça-feira, com o seu principal índice no patamar dos 46 mil pontos, em meio à atitude mais defensiva dos agentes financeiros à espera de definição da pauta política local nos próximos dias.

Às 11h31, horário de Brasília, o Ibovespa caía 1,07 por cento, a 46.712 pontos.

O volume financeiro estava em 971,6 milhões de reais.

Líderes da Câmara dos Deputados reúnem-se nesta tarde para discutir a agenda de votação à frente, enquanto o Senado deve começar a analisar projeto que reverte parte da desoneração da folha de pagamento.

Também está previsto o início de discussão em comissão mista do Congresso Nacional de relatório da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) sobre a elevação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 15 para até 23 por cento.

"O momento agora é de dúvida sobre se as 'pautas-bomba' vão à votação ou não", disse o chefe da mesa de renda variável da corretora de um banco estrangeiro em São Paulo, que pediu para não ter o nome citado.

Do exterior, a China voltou a trazer desconforto após alguma trégua recente, com a bolsa de Xangai despencando 6,12 por cento, na maior queda diária desde 27 de julho.

De acordo com o analista Marco Aurelio Barbosa, da CM Capital Markets, o movimento aconteceu "na esteira do que parece ser um ataque especulativo, testando os limites de 'baixas', teoricamente criados pelo governo", conforme nota a clientes.

Destaques

CSN caía 3,3 por cento, entre as maiores quedas do Ibovespa, em meio a novos dados considerados fracos sobre a indústria de aço e com relatório do Goldman Sachs cortando o preço-alvo de 2,7 para 2,4 reais, enquanto reiterou a recomendação de venda.

"Os resultados da CSN mais fracos do que o esperado no segundo trimestre reforçam a nossa visão baixista sobre a ação, uma vez que a geração de fluxo de caixa livre deve continuar a se deteriorar, aumentando a alavancagem a níveis que consideramos insustentáveis", disse em nota a clientes.

Usiminas perdia 4,3 por cento, após o Sindisider, órgão que representa o setor siderúrgico, divulgar queda de quase 30 por cento nas vendas de aços planos por distribuidores em julho na base anual. O Credit Suisse disse em nota que os dados endossam a percepção dos analistas da casa de que a demanda não atingiu seu piso. "Não vimos qualquer sinal claro de recuperação ainda." GERDAU cedia 1 por cento.

Itaú Unibanco e Bradesco recuavam 1,5 e 1,4 por cento, respectivamente, com mercado no aguardo de desdobramentos da proposta da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) de elevar a CSLL das instituições financeiras para 23 por cento, que foi incluída no parecer sobre a Medida Provisória 675, que trata sobre o assunto, prevista para se analisada nesta tarde.

Santander Brasil perdia 1 por cento.

Banco do Brasil cedia apenas 0,63 por cento, com analistas avaliando como um pouco positiva a divulgação da instituição de que seu plano de aposentadoria incentivada lançado em junho teve 4.992 adesões. "Consideramos isso como ligeiramente positivo para o Banco do Brasil, uma vez que é um sinal de que o banco continua a buscar melhora da eficiência", disseram analistas do Itaú BBA em nota a clientes.

Vale cedia 2 por cento, na esteira do noticiário menos favorável da China e com números pouco animadores de indústria de aço corroborando a cautela em relação à companhia.

Petrobras recuava quase 3 por cento, tendo como pano de fundo a falta de rumo único para os contratos de petróleo no exterior, enquanto o noticiário da empresa incluía notícia de que a estatal pode ter que pagar multa de 1,6 bilhão de dólares para encerrar investigações nos Estados Unidos sobre escândalo de corrupção, conforme disse à Reuters fonte próxima aos advogados da companhia.

Em outro front, o Conselho da Petrobras aprovou venda de 25 por cento da BR Distribuidora.

Fonte: Reuters