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Minério afunda 12% e deixa sob pressão Vale e siderúrgicas

O minério de ferro acelerou as perdas nesta semana, e os futuros caíram 12% em Singapura.

Em 19/08/2021 Referência CCNEWS, Redação Multimídia

Foto: Bloomberg - Reprodução/Exame Invest

Desde o recorde alcançado em maio, a commodity acumula queda de mais de 40% em meio a preocupações do mercado com a China.

Os contratos de minério de ferro despencaram e o cobre caiu para uma mínima de quatro meses em meio às crescentes preocupações com a produção de aço na China, os riscos para o crescimento global e a perspectiva de redução do estímulo nos Estados Unidos.

O minério de ferro acelerou as perdas nesta semana, e os futuros caíram 12% em Singapura, para a menor cotação desde dezembro. A desvalorização é motivada por expectativas de que a produção e o consumo de aço chinês vão diminuir no resto do ano, em parte devido às medidas para reduzir a poluição. Os preços acumulam baixa de mais de 40% em relação ao recorde alcançado há apenas três meses.

Os mercados de metais também são pressionados pela expectativa de que o Federal Reserve possa em breve começar a reduzir o enorme estímulo que ajudou a elevar os preços no último ano, bem como pelos riscos da variante delta do coronavírus, que se espalha rapidamente. Dados mais fracos nos EUA e na China recentemente reforçaram a percepção de que a recuperação econômica global está perdendo força.

Essas preocupações empurraram o cobre abaixo de US$ 9.000 a tonelada na quinta-feira, e o estanho se desvalorizou 11% com a queda de todos os metais básicos. Ações do setor de mineração também foram afetadas: BHP, Rio Tinto, Glencore e Antofagasta chegaram a cair mais de 3%. O petróleo também perdeu terreno, sendo negociado abaixo de US$ 65 o barril, a menor cotação desde maio.

“A recente desaceleração dos números macro chineses, a propagação da Covid-19 na China e agora também um dólar ainda mais forte são riscos potenciais que, no curto prazo, podem desafiar as perspectivas altistas de longo prazo para o cobre”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank.

A ata do Fed divulgada na quarta-feira mostrou que a maioria das autoridades do banco central dos EUA estava de acordo com a possibilidade de desacelerar o ritmo de compras de títulos no fim deste ano devido ao avanço rumo às metas de inflação e de emprego, o que favorece o dólar e reduz o apelo das commodities.

Na Bolsa de Metais de Londres, o cobre chegou a cair 2,8%, para US$ 8.786,50 a tonelada às 10h16 no horário local. O metal, considerado um termômetro da economia, atingiu máxima histórica de mais de US$ 10.700 em maio.

Ferro e aço

A China tem repetidamente instado siderúrgicas a limitarem a produção para reduzir a poluição, e o menor volume produzido em julho sinaliza que as medidas começam a fazer efeito. Alguns grandes produtores já tomaram providências para reduzir a oferta, enquanto a gigante de mineração BHP disse esta semana que a crescente probabilidade de cortes severos da produção no segundo semestre “testa a resolução altista dos mercados de futuros”.

O minério de ferro caiu 12%, para US$ 131,40 a tonelada em Singapura, enquanto os futuros em Dalian perderam 7%.

“O minério de ferro continua sendo a commodity mais centrada na China, então, quando a atividade econômica desacelera, o vírus se espalha e as linhas de suprimento são interrompidas, o minério de ferro está na linha de fogo”, disse Hansen.

A perdas do minério de ferro atingiram os preços do aço, que também caíram devido às expectativas de demanda mais fraca na China. Com as medidas do país para controlar o mercado imobiliário e segurar a inflação, os preços dos imóveis subiram no ritmo mais lento em seis meses.

“Os preços do aço ao redor do mundo começam a esfriar como esperávamos e mantemos nossa visão de que haverá uma maior desaceleração das cotações no restante de 2021 e em 2022, à medida que a demanda chinesa da indústria de construção enfraquece”, disse a Fitch Solutions em relatório. (Bloomberg)

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