VIAGENS & TURISMO

No Dia do Nordestino, saiba roteiros sobre a literatura de cordel

Destinos e atrativos reúnem referências do estilo literário que nasceu no Nordeste.

Em 08/10/2018 Referência JCC, Geraldo Gurgel

Foto: Cleverson Ribeiro/Banco de Imagens do MTur

A literatura de cordel, estilo literário que surgiu do romanceiro português, com os colonizadores, se enraizou no Nordeste ao retratar o universo sertanejo e ganhou o Brasil. No Dia do Nordestino (08 de outubro), conheça alguns roteiros que são uma verdadeira celebração desse estilo recentemente reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

Quem visita o Sertão do Pajeú, em Pernambuco, encontra um roteiro integrado formado por 17 municípios turísticos que exploram a literatura de cordel. Entre os principais atrativos estão a Rota dos Poetas e Cantadores, que fica em Afogados da Ingazeira, celeiro de cantadores de viola e do estilo literário; e a Rota do Cangaço, em Serra Talhada, um dos temas mais representativos da cultura popular nordestina.

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A poucos metros do Marco Zero do Recife, no Centro Histórico da capital pernambucana, fica o museu Cais do Sertão, que também apresenta referências da musicalidade, cultura popular e linguagem artística do cordel. O espaço faz parte do projeto Porto Novo Recife, que está transformando os antigos armazéns portuários em um grande polo de turismo, serviços, entretenimento e lazer da cidade. Com tecnologia inovadora, automação e recursos de interatividade, mostra que o cordel também se modernizou e se reinventou com a computação gráfica, estampas coloridas e publicações online. Personalidades como Luiz Gonzaga também estão em destaque no novo atrativo do litoral pernambucano.

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Um passeio pelos mercados públicos de Aracaju (SE) também leva o turista a conhecer esse universo. O estilo literário rompeu barreiras, entrou nas universidades, mas não perdeu a tradição da exposição em barbantes – daí o nome cordel – nas feiras livres, mercados e praças da capital sergipana. A antiga capital de Sergipe, São Cristóvão – patrimônio cultural da humanidade reconhecida pela Unesco – , é outro celeiro de produção da arte de cordel.

Outra forma de revisitar essa arte tipicamente nordestina é na feira de Caruaru (PE), um dos maiores centros de cultura popular da região. Em uma das tendas, o Museu do Cordel expõe títulos originais, entre outras preciosidades, como tipografias e xilogravuras. O ambiente é enriquecido pela declamação de poetas populares, repentistas e cantadores de viola. Além disso, no trajeto até Caruaru o turista pode fazer uma pausa em Bezerros, cidade com grande concentração de xilógrafos, artesãos responsáveis pela produção das figuras talhadas em madeira que ilustram os temas dos folhetos de cordel.

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Já em Mossoró (RN) a Estação das Artes Elizeu Ventania, dedicada ao poeta e violeiro potiguar, é o “coração” de um corredor cultural de atrativos temáticos tipicamente nordestinos. Entre eles, destacam-se o Memorial da Resistência ao bando de Lampião e a igreja que ainda guarda as marcas do dia em que “choveu bala” na cidade, em 13 de junho de 1927. A bravura dos mossoroenses é um dos temas recorrentes dos cordelistas, com destaque para os personagens de Lampião e Maria Bonita, Padre Cícero e Frei Damião.

“O Nordeste é uma região extremamente rica em cultura e a vivência disso é, hoje, a principal experiência que o turista busca em qualquer destino”, afirma o secretário nacional de Qualificação e Promoção do Turismo do Ministério do Turismo, Bob Santos.

A riqueza dessa literatura é tão grande que ela se espalhou por todo o Brasil, homenageando a memória e as referências do povo nordestino em grandes capitais brasileiras. Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, concentram poetas, declamadores, editores, ilustradores (desenhistas, artistas plásticos, xilogravadores) e folheteiros (vendedores de cordel) que formam uma cadeia de economia colaborativa integrada ao turismo.

A feira de São Cristóvão do Rio, o Centro de Tradições Nordestinas de São Paulo e a Casa do Cantador no DF são atrativos fora do Nordeste que oferecem uma agenda permanente de eventos e atraem visitantes o ano inteiro. A cidade do Rio de Janeiro é, também, a sede da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

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Detalhe de xilogravura em Juazeiro do Norte (CE). Foto: Nadim Maluf/Banco de Imagens do MTur. Edição: Vanessa Sampaio