MODA

O novo perfil do Designer de Moda para a Indústria 4.0

Essa revolução na indústria mexe com o perfil dos profissionais.

Em 12/12/2018 Referência JCC, Raphaela Gentil

Divulgação

A Quarta Revolução Industrial traz mudanças estruturais nos processos de produção das empresas e mexe com o perfil dos profissionais. E o setor têxtil e de vestuário é um dos pioneiros nessa transformação.  Para acompanhar essa mudança, inclusive de maquinário, o profissional que cria moda precisa se reinventar, incorporando a tecnologia digital na concepção e fabricação das peças. Surge, assim, o Designer de Moda 4.0.

Roupas inteligentes e pensadas para os diversos públicos consumidores que compõem a sociedade são uma tendência dentro dessa nova realidade. O antropólogo e pesquisador de consumo e tendências Marcelo Ramos, que é o curador do SENAI Brasil Fashion (projeto de educação profissional desenvolvido pelo SENAI CETIQT), fala sobre as novidades.

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“Dentro do novo contexto da Indústria 4.0, cada profissional deve desenvolver competências socioemocionais ou softskills, que englobam a capacidade de trabalhar em equipe, criatividade e empreendedorismo, essenciais para obter ganhos de produtividade e eficiência em empresas cada vez mais horizontalizadas e flexíveis”, sinaliza Ramos.

É fato que a Indústria 4.0 não está pronta, mas em processo avançado de construção. Os especialistas acreditam que essa integração do mundo físico com o virtual por meio da Internet das Coisas (IoT, das iniciais em inglês), Big Data e Inteligência Artificial esteja em pleno funcionamento daqui a 10 ou 15 anos. Muitos já avançaram bastante nesse caminho, como Estados Unidos, Alemanha, Coreia do Sul e China, países onde já é possível ver movimentações em torno da reciclagem de materiais para transformação em fibras têxteis. Alguns exemplos: tecidos feitos com reaproveitamento de resíduos plásticos e redes de nylon descartados nos mares; além de fios feitos da caseína do leite, da borra de café, de soja e de semente da mamona.

A grande promessa de boom tecnológico fica em torno da Wearable Technology – ou Tecnologia Vestível –, que são roupas e acessórios confeccionados com materiais inteligentes, que captam a energia solar e cinética para alimentar os wearables instalados na trama do tecido. Essa tecnologia poderá ser usada, por exemplo, na área biomédica, para monitorar a saúde das pessoas; ou no ramo esportivo e fitness, com tramas com sensores que monitoram e auxiliam os exercícios físicos, como um personal trainer de inteligência artificial. Há também as roupas que mudam de cor com um simples toque.

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“Toda essa movimentação mundial se dá em razão da mudança de comportamento do consumidor, que está cada vez mais diversificado, experiente e exigente. O Designer de Moda precisa, então, pensar em como atender a esse público, pois embora a tecnologia já permita maior aproximação desses profissionais com os consumidores, eles ainda estão distantes do significado que essa diversidade representa e o que isso pode significar em termos de produtos e mercado”, explica o pesquisador.

Para que esse futuro comece a ser encarado como realidade e os profissionais da moda possam se preparar, o SENAI CETIQT lança, no próximo dia 18, o Fashion Lab, um espaço colaborativo para a realização de experimentos que utilizam tecnologias inovadoras destinadas à Indústria da Moda. Nele, players de todos os elos da cadeia têxtil e de confecção poderão planejar, desenvolver, construir e validar novos projetos e produtos. No espaço haverá impressoras 3D e 4D multimateriais, cortadora a laser, cortadora de vinil, fresadora de alta precisão, máquina de costura de ultrassom, plotter da Audaces; além de outros recursos. Será possível também realizar projetos de manufatura aditiva, fabricação digital para desenvolvimento de produtos, acessórios, aviamentos, calçados, entre outros. Já em outro ambiente ficará a Fábrica Modelo, com maquinário completo e novas tecnologias para experimentação de técnicas mais enxutas de confecção.

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“Um laboratório aberto é uma novidade para o setor. Estamos incutindo uma nova mentalidade, de colaboração, aproveitando a expertise de diversos profissionais, criando, assim, um setor mais fortalecido e inovador, pronto para atuar na Indústria 4.0”, explica o gerente do Instituto SENAI de Tecnologia em Têxtil e Confecção do SENAI CETIQT, Fabian Diniz.  

O ambiente terá também um espaço de coworking, onde profissionais, empresas e estudantes do SENAI CETIQT (ativos e egressos) poderão trocar experiências e até mesmo encubarem uma ideia, seja para o desenvolvimento de soluções, novos produtos, ou estratégias de sustentabilidade, por exemplo.