SAÚDE

Perda auditiva prejudica o cérebro e pode causar demência

A especialista explica que a dificuldade de ouvir bem gera diversos problemas físicos.

Em 18/01/2021 Referência CCNEWS, Redação Multimídia

Foto: Reprodução/Gazeta do Povo

A falta de estímulos em áreas específicas do cérebro pode levar a chance de adquirir algo mais grave: a demência

A perda de audição dificulta a vida das pessoas. Além da baixa capacidade de prestar atenção no que outros estão dizendo, a falta de estímulo no cérebro pode ocasionar outros problemas, como ansiedade, depressão e até mesmo provocar demência, é o que alerta a fonoaudióloga e Audiologista Cintia Fadini.

A especialista explica que a dificuldade de ouvir bem gera diversos problemas físicos, como, por exemplo, acidentes de trânsito e quedas frequentes.

“Isso acontece por não conseguir perceber o som das buzinas dos automóveis e até os alertas das pessoas na rua”.

Além disso, a perda auditiva pode provocar danos psicológicos. Ela diz que muitos ficam frustrados e com vontade de se isolar por não conseguir se comunicar com os outros. “Esse receio de sair de casa faz com que a pessoa se afaste de amigos e parentes, o que gera um quadro de ansiedade e depressão”.  

Dra. Cintia comenta também que, além dessas sequelas, a falta de estímulos em áreas específicas do cérebro pode levar a chance de adquirir algo mais grave: a demência: “É a lei da natureza: se eu não uso, eu acabo perdendo. Esse risco é maior ainda após os 30 anos de vida”.

"Um dia sem ouvir já é suficiente para acabar desencadeando dificuldades em atenção e memória, por exemplo" adverte.  

Fadini ressalta que o cérebro precisa ser estimulado frequentemente para que ele não perca funções cognitivas. Segundo ela, a via auditiva tem a capacidade de mantê-lo ativo constantemente.

"Oferecemos ao cérebro estímulos auditivos quando conversamos e interagimos com alguém. É como se estivéssemos exercitando-o, assim como um músculo, quando falamos e ouvimos" reforça.

Sintomas

Segundo a fonoaudióloga, geralmente, os sintomas começam com leves dificuldades de entender quando uma conversa acontece em um nível mais baixo ou quando a pessoa se incomoda com ruídos e ouve zumbidos leves. A níveis moderados, o som da televisão começa a incomodar e o pedido por repetições de fala são frequentes.  “O problema se torna mais severo e profundo quando se faz necessário gritar para entender uma fala e o zumbido se torna insuportável”.

 "É importante acompanhar a saúde auditiva com exames de rotina e consultas ao fonoaudiólogo, além de oferecer ao cérebro estímulos auditivos, conversas e interações para manter o cérebro ativo. Caso se constate a perda auditiva, o indicado é iniciar imediatamente o processo de reabilitação" conclui.  (Por Joyce Nogueira - Drumond Assessoria de Comunicação)