SAÚDE

Portugal registou três casos suspeitos de Ébola.

Portugal optou por preparar poucas equipas, muito bem treinadas.

Em 27/09/2014 Referência JCC

Uma dezena de especialistas de saúde portugueses ofereceu-se para ir para as regiões onde a infeção do vírus Ébola é mais grave, mas o diretor-geral da Saúde considera que os riscos “são muito elevados”.

Em entrevista à Agência Lusa, Francisco George revelou que existe uma “bolsa de candidatos prontos para ir para essas regiões” onde a infeção do Ébola está ativa, nomeadamente Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria.

“Não podemos correr riscos. Não podemos expor, nem a população, nem o pessoal médico, o pessoal sanitário, incluindo enfermeiros, a riscos. Por isso é que não queremos envolver todas as estruturas de proteção civil nesse processo”, disse.

Portugal optou por ter preparadas “poucas equipas, muito bem treinadas e protegidas”.

“No início da epidemia em África morreram 150 médicos, dos americanos que estudaram o vírus, cinco morreram, outros estão muito doentes num centro especializado, em Atlanta. O risco maior, para além dos familiares, é para o pessoal de saúde. Temos de ter em atenção as condições de segurança, de apoio, mas também de evacuação, se estes adoecerem”, lembrou.

Francisco George defende, nesta fase, a organização de estruturas organizadas “num contexto da União Europeia para assegurar níveis de proteção elevados para quem se desloca para essas operações, que são de grande risco”.

“Temos enviado o que nos pedem. Enviámos uma equipa do Instituto [Nacional de Saúde Dr.] Ricardo Jorge a São Tomé, a pedido das autoridades desse país, enviámos equipamentos e medicamentos para a Guiné-Bissau, respondemos a pedidos de Moçambique e de Cabo Verde”, referiu.

O diretor-geral da Saúde garante que Portugal está pronto a “dar apoio a todos os países”, revelando que, “no contexto na epidemia na costa ocidental africana, as estruturas que dependem da União Europeia e o Ministério dos Negócios Estrangeiros português, envolvendo também a Proteção Civil, estão a equacionar formas de apoio, mas a situação é muito difícil”.

“Os portugueses não podem deixar de ficar preocupados com esta situação africana. Têm de estar alertados, embora não alarmados. Temos de ter confiança nas nossas estruturas, temos de saber que há conhecimentos de caráter científico, e ter esperança de medicamentos que possam surgir e que têm estado a ser preparados nas últimas semanas”, adiantou.

Correspondente da agência Lusa