VIAGENS & TURISMO

Prefeitura monitora praias de Vitória para controle de caramujo

Praia Limpa amplia a conscientização pública quanto à proteção da orla.

Em 31/12/2017 Referência JCC, Giovana Rebuli Santos - Secom/PMV

Técnicos da Coordenação de Monitoramento Costeiro e Ecossistemas (CMCE) da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos (Semmam) e do Centro de Vigilância em Saúde Ambiental (CVSA) da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) estão monitorando as praias e regiões costeiras para observar se há infestação de caramujo africano.

O objetivo é conservar a qualidade ambiental das praias e das áreas de preservação ambiental, como as restingas. A última visita técnica, realizada nesta semana, não verificou infestação de caramujos ao longo da orla de Camburi.

Segundo a diretora interina do CVSA, Clara Scarpati, existe maior chance de infestação de caramujos após períodos de chuva. "O caramujo africano (Achatina fulica) é uma espécie exótica, introduzida no Brasil na década de 80, e tornou-se uma praga em todo o País por não haver predador natural para controle da população. Cada indivíduo hermafrodita pode colocar 400 ovos a cada postura. E isso pode ocorrer até cinco vezes ao ano, o que ocasiona grandes infestações, especialmente após períodos de chuva, em que apresentam maior atividade".

Riscos

Segundo Scarpati, do ponto de vista ambiental, esse animal representa sério risco à biodiversidade, uma vez que compete com as espécies nativas de moluscos, além de se alimentar de vegetais.

Quanto ao risco à saúde, trata-se de hospedeiro potencial de dois parasitas, podendo estar envolvido na transmissão da angiostrongilíase meningoencefálica ao homem, doença também denominada meningite (ou meningoencefalite) eosinofílica, e da angiostrongilíase abdominal, que é caracterizada pelo comprometimento de órgãos abdominais.

"O risco de o caramujo africano transmitir essas duas parasitoses é muito pequeno e não há relato de casos no município de Vitória. Mesmo assim, é preciso cuidado ao manusear os moluscos encontrados livres no ambiente, que em hipótese nenhuma devem ser ingeridos", ressaltou Clara.

Catação

De acordo com o Instituto Oswaldo Cruz, o controle do caramujo africano deve ser adotado, principalmente, por catação, com as mãos protegidas com luvas ou sacos plásticos.

O uso de pesticidas não é recomendado em função da alta toxicidade dessas substâncias e dos danos provocados ao meio ambiente, devendo ser empregadas apenas quando o controle for necessário em grande volume e concomitante às ações de catação. O uso do sal, apesar de ser uma opção, não é recomendado porque seu uso em excesso pode prejudicar o solo e o plantio.

Praia Limpa

No verão, os ambientes costeiros ficam ainda mais vulneráveis. Por isso, a Semmam, por meio da Gerência de Educação Ambiental, realiza a Campanha Praia Limpa, a fim de ampliar a conscientização pública quanto à proteção desses ambientes, bem como o monitoramento intensivo desses locais.

Neste ano, o projeto será executado entre os dias 13 e 28 de janeiro. Além das ações de Educação Ambiental, o monitoramento das praias será reforçado com o objetivo de potencializar as ações de controle dos caramujos africanos e, consequentemente, manter a qualidade ambiental das praias de Vitória.

"Estamos com os técnicos de nossa Gerência de Limpeza Urbana e da Coordenação de Monitoramento Costeiro e Ecossistemas atentos e monitorando, principalmente, a nossa vegetação de restinga, para manter a cidade livre dessa praga que muito nos incomoda", destacou o secretário de Meio Ambiente e Serviços Urbanos, Luiz Emanuel Zouain da Rocha.

Prevenção

A população também pode colaborar para reduzir a população desses animais com medidas simples, tais como:

  • manter o jardim, quintal e áreas verdes limpos e capinados, descartando resto de obra, entulho, pedras e acúmulo de material orgânico (capim, folhas e galhos), pois são esconderijos ideais para os moluscos;
  • não lançar os caramujos em terrenos baldios, na rua ou diretamente no lixo, o que proporcionará um incremento na proliferação dessa praga urbana em outros locais;
  • não esmagar os caramujos no local, o que promove exposição, apodrecimento de sua carne e acúmulo de moscas, baratas e roedores com consequente produção de odor.

Foto: Yuri Barichivich