ESPORTE INTERNACIONAL

Red Bull vacila e entrega vitória a Lewis Hamilton na Espanha

Lewis Hamilton arrancou uma grande vitória na base da estratégia e do vacilo da Red Bull.

Em 09/05/2021 Referência CCNEWS, Redação Multimídia

Foto: Circuit de Barcelona-Catalunya/Grande Prêmio

O GP da Espanha foi bastante morno e definido no jogo de xadrez entre Lewis Hamilton e Max Verstappen. A Red Bull tentou apostar numa estratégia de só uma parada, enquanto a Mercedes foi com dois pit-stops para Lewis Hamilton, que faturou a vitória 98 da carreira na F1.

O GP da Espanha deste domingo (9) foi, como esperado, de poucas ações na pista. A luta pela vitória entre Max Verstappen e Lewis Hamilton, travada desde a largada, se desenhou como um verdadeiro duelo estratégico. A Red Bull optou, na maior parte da corrida, por uma estratégia de apenas um pit-stop, enquanto a Mercedes foi para a habitual opção de duas paradas. Com pneus médios mais desgastados, o holandês não conseguiu segurar a melhor performance de Hamilton, que fez a ultrapassagem nas voltas finais e arrancou em Barcelona para a vitória 98 na carreira, a terceira na temporada 2021 da Fórmula 1.

Verstappen teve de se contentar com o segundo lugar na corrida, enquanto Valtteri Bottas, companheiro de Hamilton na Mercedes, completou o pódio em Barcelona.

Como foi o GP

Com o céu bastante nublado e com a chuva que parecia se aproximar da região do circuito catalão, a quarta etapa da temporada 2021 começou diante da expectativa de mais um confronto entre Lewis Hamilton e Max Verstappen desde a largada.

Mesmo tendo partido do lado mais sujo da pista, Verstappen tracionou melhor que o heptacampeão do mundo, emparelhou na reta dos boxes e fez a ultrapassagem na entrada da curva 1, assumindo de vez a liderança da corrida. Charles Leclerc também fez uma ultrapassagem e ganhou, por fora na curva 3, a terceira posição de Valtteri Bottas, que optou por segurar o ritmo ao invés de atacar Hamilton nos primeiros metros da prova.

Ainda no começo da corrida, Daniel Ricciardo subiu para o quinto lugar, enquanto Sergio Pérez também ganhou duas posições e saltou de oitavo para sexto. Prejuízo maior tiveram Esteban Ocon e Carlos Sainz, que perderam duas colocações.

Nas voltas seguintes, Verstappen abriu uma ligeira vantagem para Hamilton, de pouco mais de 1s, mas a diferença ruiu depois que a direção de prova acionou o safety-car. Yuki Tsunoda enfrentou uma pane no carro e parou na saída da curva 10.

Neste período, a Alfa Romeo chamou Antonio Giovinazzi para fazer o pit-stop, mas falhou feio na parada do italiano e não percebeu que um dos pneus novos a colocar no carro estava furado, situação que o fez perder muito tempo. Em seguida, Williams e Haas também chamaram seus pilotos para as respectivas trocas de pneus.

A relargada aconteceu na volta 11. Verstappen novamente tracionou melhor e conseguiu se manter na liderança, com Hamilton em segundo e Leclerc logo atrás. Digna de nota foi a ultrapassagem de Lance Stroll em cima de Fernando Alonso para conquistar a décima posição. Logo depois, a direção de prova anunciou a punição imposta a Pierre Gasly, 5s, pelo fato de o francês ter alinhado fora da sua posição correta no grid antes da largada.

Max se manteve com pouco mais de 1s de frente para Hamilton em uma luta que se desenhava bastante estratégica entre os dois protagonistas da temporada. Mas a prova em si se mostrava bastante monótona e nada acontecia de muito relevante.

Depois das paradas para troca de pneus dos pilotos do pelotão intermediário, Bottas foi o primeiro dos carros das equipes de ponta a fazer seu pit-stop, mudando dos macios para os pneus médios na volta 24. A estratégia da Mercedes era tentar o undercut, ou seja, ganhar a posição em cima de Leclerc após a parada.

Hamilton mostrou ter melhor ritmo com os pneus macios e se aproximou de Verstappen, reduzindo a vantagem para menos de 1s. A Red Bull, então, chamou o holandês para sua parada na volta 25, mas foi muito lenta, algo raro, e fez a troca em 4s2. Ou seja, Hamilton tinha as cartas na manga para assumir a liderança da corrida.

Só que a Mercedes demorou para chamar Hamilton para seu pit-stop, o que seria lógico naquela situação. A parada só aconteceu na volta 29, quatro de diferença para Verstappen.

Depois das primeiras paradas, Verstappen reassumiu a liderança com 1s1 de frente para Hamilton e Bottas aparecia em terceiro após conseguir o undercut para cima de Leclerc. Mas a Ferrari avisou via rádio que a ideia era "ir até o fim", ou seja, sem outro pit-stop. Ricciardo era o quinto, sendo muito pressionado pela Red Bull de Pérez na primeira metade da corrida. A grande surpresa era Kimi Räikkönen em oitavo lugar. O finlandês foi o único piloto que largou com pneus médios.

O cenário da corrida no início da segunda metade tinha Verstappen pouco à frente de Hamilton, Bottas 6s8 atrás do heptacampeão, Leclerc em corrida isolada e Ricciardo pressionado por Pérez na luta pelo quinto lugar. Räikkönen, depois de ter feito seu segundo pit-stop e calçar pneus macios na volta 40, caiu para P16, enquanto Carlos Sainz, Esteban Ocon, Norris e Lance Stroll eram os dez primeiros.

Hamilton encostou de vez em Verstappen a partir da volta 40, tentou a ultrapassagem com o auxílio da asa móvel, mas não deu certo. Então, a Mercedes chamou o piloto para sua segunda troca de pneus na volta 43 para tentar o xeque-mate em cima da Red Bull. Os taurinos mantiveram o holandês na pista por mais algumas voltas e deixaram a disputa completamente aberta.

Hamilton gastava o pedal do acelerador e fazia voltas mais rápidas em sequência para encurtar ao máximo a diferença para Verstappen. Só na volta 46, o heptacampeão foi 1s2 mais rápido. Pouco mais atrás, 'Checo' Pérez enfim fazia a ultrapassagem em cima de Ricciardo, por fora, na saída da curva 1.

No pelotão intermediário, Sainz, com pneus macios, fez a ultrapassagem em cima de Norris, que estava com os médios. Ricciardo, também com macios, era o sétimo, logo à frente do espanhol da Ferrari. Ocon aparecia em uma muito boa sexta posição.

Com 53 voltas, Hamilton se aproximou de Bottas, que fez jogo duro, mas acabou por abrir passagem para Lewis fazer a ultrapassagem e ter apenas Verstappen à sua frente. A partir daquele momento, a diferença entre os dois era de pouco mais de 11s.

Ocon não conseguiu sustentar a sexta posição e foi superado por Ricciardo e logo depois por Sainz. O francês caiu para oitavo, ficando logo à frente de Fernando Alonso e de George Russell, que colocava a Williams em décimo. E Bottas descia momentaneamente para o quarto lugar depois de a Mercedes chamá-lo para seu segundo pit-stop.

Hamilton continuava cavando. Com dez voltas para o fim, a diferença entre os dois era de pouco mais de 6s e seguia caindo. Logo atrás, Bottas passou Leclerc depois de fazer a volta mais rápida da corrida e reassumiu o lugar no top-3 sem muita força. Ao mesmo tempo, a Red Bull chamou Pérez para colocar um jogo de pneus macios e ir até o complemento da corrida.

Na abertura da volta 59, a diferença entre Verstappen e Hamilton era só de 1s5 e continuava a despencar para menos de 1s ao longo do giro em razão do acionamento da asa móvel. A aproximação definitiva se deu na volta seguinte: o holandês mudou a trajetória para tentar evitar a ultrapassagem, mas não teve jeito: Hamilton fez a ultrapassagem no fim da reta e tomou de vez a liderança da corrida.

Só depois que a Red Bull chamou Verstappen para seu pit-stop, calçou pneus macios no carro do holandês e o liberou para a pista com o objetivo de marcar o ponto extra com a volta mais rápida da corrida. Mas a vitória, pela terceira vez na temporada, ficou com Lewis Hamilton. Um triunfo baseado na estratégia da Mercedes e no vacilo da Red Bull. (Redação - Grande Prêmio)

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