CULTURA

Serra: Mestre Domingos está entre os 100 melhores do Brasil

“O congo é tudo para mim, é a minha vida. Foi ele que me fez ganhar o Brasil e o mundo”.

Em 22/10/2022 Referência CCNEWS, Redação Multimídia

Foto: Edson Reis/Secom-PMS

Aos 65 anos, Domingos Teixeira Marques, o mestre Domingos, morador do bairro Maringá, Serra, é referência cultural no município, no Estado do Espírito Santo e entre os melhbores do Brasil.

“O congo é tudo para mim, é a minha vida. Foi o congo que me fez ganhar o Brasil todo e o mundo”. A declaração forte, que retrata a essência de uma pessoa, é de ninguém menos do que um mestre, o Mestre Domingos.

Aos 65 anos, Domingos Teixeira Marques, morador do bairro Maringá, Serra, é referência cultural no município e no Estado, mas também tem o reconhecimento nacional.

Mestre Domingos foi eleito um dos 100 melhores artesãos do País na 5ª Edição do Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato, a mais importante premiação do setor do Brasil. Foram mais de 1.200 trabalhos analisados, vindos de todos os estados, e a lista final foi divulgada no final de setembro.

Do Espírito Santo, apenas dois artesãos estão nesse renomado elenco, e Mestre Domingos está lá, levando para todos os cantos o congo – a maior manifestação folclórica capixaba - e tudo o que vem junto dele.

Para a seleção, ele confeccionou um bumbo, um tambor e uma casaca, e a avaliação durou dois meses. Como entrou na lista dos TOP 100, vai ao Rio de Janeiro em novembro para a premiação e os instrumentos vão ficar expostos no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (Crab), no Rio.

“Falar de congo é falar de paixão, de dedicação. Minha arte é confeccionar instrumentos para o congo, tão tradicional na nossa cidade da Serra. Faço casaca, tambor, cuíca, bumbo, caixa, atabaque, além dos mastros para a Festa de São Benedito”, destaca o mestre.

“A arte está desde o início, até mesmo na forma de achar a madeira certa e tirar o tronco no brejo. Uso vários tipos de madeira, como guanandi, caxeta e pinus. Antes a gente fazia tudo no machado, mas algumas coisas já se modernizaram e hoje usamos também a plaina, o que reduz o tempo de produção, mas sempre com muito cuidado e amor pelo que estamos fazendo”, detalhou Domingos.

O atelier do Mestre Domingos fica no bairro Tubarão, mas ele sempre está desenvolvendo seus trabalhos também na Associação das Bandas de Congo (ABC) da Serra. O artesão é ainda monitor cultural na Estação Cidadania e Cultura, em Novo Porto Canoa.

“Sou do congo há 54 anos, desde os meus 11 anos. Tenho muito orgulho da nossa cultura e para mim é gratificante demais poder ensinar essa arte, principalmente com as crianças, os adolescentes. Desde cedo é preciso entender e amar a nossa cultura e é isso que quero mostrar com a minha arte, para que as próximas gerações mantenham essa tradição. Esse prêmio do Sebrae é um reconhecimento muito grande”, afirma.

Além de confeccionar os instrumentos e mastros, Mestre Domingos tem um trabalho ímpar de resgatar bandas de congo pelo Espírito Santo afora.

“Me chamam, eu vou. A gente precisa fazer isso para nossa cultura permanecer. Só em Guarapari já ajudei a resgatar cinco bandas de congo. É muita alegria! Tem aluno meu que já se apresentou fora do País e tem muitos instrumentos que fiz que estão também rodando o mundo”, conta o capixaba, sorrindo e tocando a casaca.

Além da Serra, o artesão também desenvolve trabalhos em Guarapari, cidade natal da esposa, onde é presidente da Banda de Congo do município.

“Mestre Domingos é um ícone da cultura da capixaba, um orgulho do nosso Estado e, sobretudo, da Serra. Ficamos extremamente orgulhosos com o reconhecido do trabalho dele, que dedica a vida à cultura e ao congo”, declara o secretário municipal de Turismo, Esporte e Lazer, Enivaldo Dias Pereira.

Sobre o prêmio

De acordo com as regras do Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato, as etapas de seleção se basearam em oito critérios de avaliação: qualidade técnica, qualidade estética, qualidade simbólica, qualidade da inovação, condições de trabalho, organização da produção, compromisso socioambiental, experiência comercial e estratégias de adaptação.

A última fase foi a avaliação de cinco juradas “com notório saber nas áreas de comercialização para o mercado artesanal, turismo, empreendedorismo, artesanato e cultura brasileira”.

Os 100 escolhidos ganham reconhecimento nacional, além do direito de usar o selo “Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato - 5ª Edição" por três anos. O prêmio inclui ainda a produção e lançamento de um catálogo comercial com informações das premiadas e de um conjunto de vídeos sobre as melhores práticas divulgadas no site do Sebrae.

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