Novo medicamento teve resultados promissores em testes em estágio avançado nos EUA, anunciou a Pfizer.

Um novo spray nasal poderá em breve oferecer aos americanos “alívio de ação rápida” para enxaquecas e lançar uma nova forma de medicamento no mercado, anunciou a Pfizer ontem (16), divulgando resultados promissores de testes em estágio avançado, enquanto a FDA (equivalente à Anvisa nos EUA) avalia o medicamento “inovador”.

A Pfizer disse que o estudo, que foi revisado por pares e publicado na revista médica Lancet Neurology, mostrou que o medicamento para enxaqueca zavegepant, aplicado via spray nasal, é “eficaz no tratamento agudo da enxaqueca”.

O estudo avaliou a capacidade da droga de lidar com a dor e outros sintomas de enxaqueca em 1.405 pessoas que sofrem múltiplas crises de enxaqueca por mês. Os testes foram realizados em 90 clínicas e centros médicos nos EUA, com metade dos participantes recebendo uma única dose da droga e a outra metade recebendo um placebo.

Zavegepant foi mais eficaz do que o placebo para aliviar a dor quando avaliado duas horas após a administração, disse a Pfizer.

Ele também superou o placebo ao combater o “sintoma mais incômodo” dos pacientes após duas horas, disse a Pfizer, referindo-se a uma métrica-chave da FDA que, além de abordar a dor, avalia sintomas como náusea e sensibilidade à luz ou ao som.

O spray nasal também teve um desempenho melhor do que o placebo em vários outros testes, incluindo alívio da dor 15 minutos após a administração e alívio sustentado de duas a 48 horas após o tratamento.

A Pfizer disse que a droga foi bem tolerada e nenhum efeito colateral grave foi identificado no estudo, sendo os mais comuns alteração do paladar, desconforto nasal e náusea.

Enxaquecas são uma condição comum e muitas vezes debilitante. Embora fortes dores de cabeça sejam uma característica fundamental da enxaqueca, os ataques são um fenômeno complexo que pode apresentar uma série de outros sintomas, incluindo náuseas, sensibilidade à luz e ao som e distúrbios visuais, conhecidos como auras.

Embora números precisos sejam difíceis de obter, as estimativas sugerem que 1 em cada 10 pessoas sofram de enxaqueca. A condição regularmente é classificada entre as principais causas de incapacitação em todo o mundo e tem um efeito desproporcional sobre as mulheres.

Apesar do significativo custo humano e econômico, ainda há muitas incógnitas, o financiamento de pesquisa é limitado e ela é frequentemente mal diagnosticada. Os tratamentos são historicamente limitados e associados a efeitos colaterais potencialmente significativos, embora uma série de medicamentos e dispositivos inovadores nos últimos anos tenham percorrido um longo caminho e ampliado opções disponíveis para os pacientes.

A Biohaven, uma empresa comprada pela Pfizer por aproximadamente US$ 11,6 bilhões no ano passado, pediu à FDA que avaliasse o uso do spray nasal zavegepant como tratamento para enxaqueca aguda em adultos em maio do ano passado. A agência deve concluir sua revisão até o final de março.

Se aprovado, será o primeiro e único medicamento desse tipo a chegar ao mercado, algo que lhe dará uma vantagem sobre os concorrentes no mercado global de medicamentos para enxaqueca de US$ 4,6 bilhões ao ano, de acordo com a empresa de dados e análises GlobalData.

James Rusnak, vice-presidente sênior e diretor de desenvolvimento da Pfizer, disse que a droga “tem potencial para ser uma nova opção significativa de tratamento para pessoas com enxaqueca, especialmente aquelas que desejam alívio de ação rápida ou se beneficiariam de um método de administração alternativo”.

Os resultados dão esperança de que a empresa logo “trará um novo avanço médico para milhões de pessoas que sofrem de enxaqueca nos EUA”, acrescentou Rusnak.

Contexto

40 milhões é o número de americanos que sofrem de enxaqueca, de acordo com para a National Headache Foundation, mais de 1 em cada 10 pessoas. A maioria das vítimas são mulheres, que representam 70% dos casos, e quase um quarto das pessoas que vivem com a doença relatam sintomas tão graves que procuraram atendimento de emergência.

(Por Robert Hart, da Forbes,Traduzido por Patrícia Junqueira)

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