CIÊNCIA & TECNOLOGIA

Vacina experimental em ratos pode tratar alergia a amendoim

Sistema imunológico percebe alguns alimentos como invasores a serem atacados.

Em 11/04/2018 Referência JCC / Bem Estar

Um estudo publicado no "Journal of Allergy and Clinical Immunology" nesta quarta-feira (11) demonstra como vacinas podem ser utilizadas com sucesso no tratamento de alergias.

Uma boa parte das alergias ocorre quando o sistema imunológico percebe alguns alimentos como "invasores" a serem atacados. Como se o amendoim virasse um vírus, por exemplo.

A partir dessa premissa, assim, cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, desenvolveram uma vacina capaz de fazer com que o sistema imune não reaja a substâncias presentes no amendoim como se elas fossem atacar o organismo.

"Alergia alimentar explodiu em prevalência e incidência, mas ainda sabemos muito pouco sobre isso," diz James Baker, pesquisador que coordenou o estudo, em nota.

Em testes em camundongos, três doses mensais de uma vacina aplicada pelo nariz protegeram ratos de reações alérgicas. Ao todo, a vacina foi desenvolvida após quase duas décadas de estudo.

Os ratos responderam às alergias a amendoim de forma similar aos humanos afetados, com sintomas que incluíam coceira na pele e dificuldade para respirar.

O estudo avaliou a proteção contra reações alérgicas duas semanas após a administração da dose final da vacina.

Pesquisadores acreditam, no entanto, que a proteção contra a alergia seja duradoura e vão continuar acampanhando as cobaias.

Vacinas contra alergia

Atualmente, os Estados Unidos possuem vacinas que tratam a reação alérgica depois que elas ocorreram. O objetivo do estudo dos cientistas, no entanto, é evitar o surgimento das alergias em primeiro lugar.

O próximo passo da pesquisa é a avaliação da eficácia da vacina em seres humanos e estender os estudos em camundongos.

"Estamos mudando a maneira como as células imunológicas respondem quando expostas a alimentos que podem levar à alergia", diz a especialista Jessica O'Konek, principal autora do estudo, em nota.

(Foto: Divulgação)